Ibovespa sobe e dólar cai, com maior apetite por risco nos mercados
Os mercados tiveram um dia de respiro nesta sexta-feira, sob efeito das indicações do Banco Central Europeu de que novos estímulos monetários podem vir.
O presidente do BCE, Mario Draghi, sinalizou ontem que a pressão baixista sobre a inflação fará com que o conselho do BCE reveja ou mesmo reformule medidas de política monetária na próxima reunião, em março. O cenário externo mais adverso e a valorização do euro são outros pontos negativos para a economia da união monetária.
Em reação a Draghi, o preço do petróleo se recuperou e superou a linha dos US$ 31,00, tanto em Londres quanto em Nova York. Movimento que sustenta ações de companhias de energia e, consequentemente, as bolsas globais.
Bolsa
O Ibovespa opera em alta, em linha com os mercados internacionais. O ganho era de 1,50% às 13h50, para 38.283 pontos.
A leitura de que os bancos centrais irão voltar a agir ajuda na recuperação dos preços do petróleo. O Brent subia 6% e o WTI tinha alta de 4,8%. Analistas também comentam que há um movimento de correção técnica em relação às recentes perdas globais.
Petrobras ON está entre as maiores altas do Ibovespa, com 4,77%. CSN ON lidera as variações, subindo 5,7%. O minério de ferro em Qingdao subiu 2,2%, para US$ 42,20 a tonelada. As mineradoras e siderúrgicas também sobem no exterior.
Ações de exportadoras caem com o recuo do dólar. Fibria perde 1,44%, Suzano cai 1,5% e JBS perde 3%. Braskem, que ganha com a queda do petróleo, cai 1,34%.
Câmbio
O dólar segue em firme baixa frente ao real, devolvendo quase toda a alta de ontem, que catapultou a moeda ao maior patamar de fechamento da história do Plano Real.
Outras moedas emergentes se valorizam hoje e mais até do que o real. Ou seja, mesmo depois das altas do dólar dos últimos dias o mercado segue reticente em ingressar firmemente na ponta de venda, devido ao amplo conjunto de incertezas no plano doméstico.
Às 13h50, o dólar comercial caía 1,27%, a R$ 4,1102. No mercado futuro, o dólar para fevereiro cedia 1,23%, a R$ 4,1205.
Ontem, o dólar negociado no mercado interbancário fechou em alta de 1,47%, para R$ 4,1631 - recorde para um término de sessão.
Para o Morgan Stanley, a decisão do Banco Central de manter nesta semana o juro básico estável pode ser o catalisador para a próxima rodada de alta do dólar frente ao real. O banco prevê um pico de R$ 4,50 ao fim do terceiro trimestre deste ano - alta de cerca de 9% ante a cotação de hoje.
Juros
Os contratos futuros de curto prazo oscilam entre leve queda e estabilidade nesta sexta-feira, acomodando-se após as fortes quedas de ontem, na esteira da decisão do Banco Central de manter a Selic estável. Ainda assim, os juros de curto prazo devem fechar a semana mais volátil em três meses.
Com a queda das taxas ontem, o mercado ajustou posições em prol de um aumento menor da Selic em março - de 0,25 ponto percentual, e não mais 0,50 ponto. E dadas as incertezas e a falta de convicção nas sinalizações do BC, depois do episódio desta semana, o mercado prefere esperar a ata do Copom na semana que vem para promover novos ajustes na curva, se necessário.
Queda firme mostram os DIs longos, após a alta da véspera, reflexo da escalada da desconfiança do mercado com a condução da política monetária. O ambiente mais positivo no exterior, com alta dos preços do petróleo e das bolsas de valores, ajuda a melhorar o sentimento.
Às 13h50, o DI janeiro de 2021 caía a 16,620% ao ano, ante 16,760% no ajuste da véspera.
O DI janeiro de 2017 tinha taxa de 14,810%, em relação ao patamar de 14,885% do ajuste de ontem.
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