Dólar cai quase 1% à espera do Fed
O dólar acelerou a queda ante o real na manhã desta quarta-feira, com a moeda brasileira apresentando um desempenho melhor que o dos seus pares. As vendas ocorrem em sintonia com o exterior, onde o dólar perde força ante outras divisas de risco, em meio a um dia marcado por fortes altas das bolsas de valores e do petróleo.
Às 11h19, o dólar comercial caía 0,89%, para R$ 4,0324, devolvendo metade da alta de 1,80% de ontem. No mercado futuro, o dólar para março recuava 1,17%, a R$ 4,042.
No exterior, o dólar cedia 0,78% contra o peso mexicano, 0,61% frente à lira turca e 0,86% na comparação com o rand sul-africano. O dólar australiano, "proxy" da demanda por ativos de risco, tinha alta bem mais moderada, de 0,17%, em relação a seu par americano.
O foco dos mercados se volta para o Federal Reserve (Fed), que divulga nesta tarde a ata de sua última reunião de política monetária, ocorrida em janeiro, quando o Banco Central dos EUA manteve os juros. Na ocasião, o Fed disse que estava "monitorando de perto" os desdobramentos na economia global e no setor financeiro.
Na ata de hoje, o mercado espera que o Fed dê mais detalhes sobre a indicação de que levou em conta o "sell-off" (venda generalizada) nos mercados ao manter os juros, mas que também não está pronto para abandonar o plano de apertar a política monetária neste ano.
Ontem, o presidente do Fed de Boston, Eric Rosengren - que vota no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) -, não sinalizou pressa no aperto da política monetária. Rosengren afirmou que o Fed precisaria reduzir as projeções econômicas feitas em dezembro por causa da perspectiva global mais incerta.
Por ora, o apetite por risco é ditado pela alta de mais de 3% dos preços do barril do petróleo. Investidores voltam a colocar fichas na possibilidade de grandes exportadores e produtores da commodity chegarem a um acordo para reduzirem a oferta do óleo, o que poderia dar sustentação aos preços.
Os movimentos do petróleo têm sido um importante termômetro de risco no mundo nos últimos meses, uma vez que dão indicações sobre a saúde da economia global. O quadro, contudo, segue frágil e sujeito a muita volatilidade.
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