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Mercado piora projeção para o PIB em 2016 e 2017

22/02/2016 08h51

Piorou a expectativa dos economistas para o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central. A mediana das estimativas para 2016 cedeu de queda de 3,33% para retração de 3,40%. A mediana para 2017 saiu de aumento de 0,59% para crescimento de 0,50%.

Dados divulgados na semana passada mostraram que a atividade econômica se deteriorou ainda mais no fim de 2015, deixando uma "herança" negativa maior para este ano, o que pode atrasar o momento em que o país iniciará uma recuperação.

Segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo restrito caíram 4,3% em 2015 e o volume de serviços recuou 3,6%. O instituto já tinha informado na semana retrasada que a produção industrial diminuiu 8,3%. Todas foram baixas históricas. Na quinta-feira, o Banco Central informou que seu índice de atividade, o IBC-Br, caiu 4,08% no ano passado, a maior retração da série do indicador, iniciada em 2003. O Monitor do PIB-FGV, divulgado nesta manhã, mostra queda de 3,80% em 2015.

Ao mesmo tempo em que os dados fechados de 2015 eram divulgados, saíam novas revisões para o PIB deste ano. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) baixou sua estimativa de queda de 1,2% para retração de 4%. O Banco Fibra cortou sua projeção de queda de 3,1% para recuo de 4,5%. O próprio Banco Central já trabalha com recessão de 3%, segundo apuração do Valor. Antes, esperava um recuo de 1,9%. Na sexta-feira, ao anunciar o corte do orçamento para 2016, o governo estimou PIB de menos 2,9%, ante queda de 1,9% prevista antes. Segundo o Itaú, a economia só chega ao fundo do poço no fim deste ano.

Em janeiro, indicadores da Cielo, Mastercard e Serasa mostraram o consumidor ainda retraído no crédito e queda do varejo em janeiro.

Ainda na semana passada, a fragilidade econômica e sobretudo fiscal do país levaram a Standard & Poor's a rebaixar mais uma vez a nota de crédito do Brasil. A incerteza a respeito da meta fiscal deste ano, a ausência de suporte no Congresso para reformas estruturais, como a da Previdência, são elementos que pesaram na decisão da agência.

Ainda no Focus, a projeção para a produção industrial deste ano caiu de queda de 4,20% para recuo de 4,40%. A do próximo ano deve aumentar apenas 1%, de uma estimativa anterior de crescimento de 1,5%.