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Dólar fecha em alta com movimento no exterior e incerteza política

04/04/2016 17h30

O dólar fechou em alta frente ao real, refletindo o movimento de valorização da moeda americana no exterior e aumento das incertezas no cenário político local. Investidores ajustaram as posições após o rali da moeda brasileira verificado em março, enquanto aguardam a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara, que pode ocorrer a partir do dia 15 de abril.

O dólar comercial subiu 1,46%, cotado a R$ 3,6133. Já o contrato futuro para maio avançava 1,73% para R$ 3,646.

O mercado de câmbio local acompanhou o movimento de valorização do dólar frente às principais moedas emergentes no exterior. Comentários menos "dovish" de membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) e a queda do preço do petróleo acabaram pesando no desempenho das moedas emergentes.

O presidente do Federal Reserve de Boston, Eric Rosengren, afirmou, nesta segunda-feira, que os preços no mercados futuros indicam que os participantes podem ter reagido de forma exagerada e podem estar subestimando o ritmo de aumento das taxas de juros de curto prazo.

No mercado local, as atuações do Banco Central no câmbio e incertezas no cenário político contribuíram para acentuar o movimento de alta da moeda americana.

A autoridade monetária voltou a ofertar hoje contratos de swap cambial reverso, que equivalem a uma compra futura de dólar, vendendo 8.140 do total de 14,100 contratos ofertados. O BC ainda renovou 5.500 contratos de swap cambial tradicional que venceriam em maio. Se mantiver o mesmo ritmo, o BC deverá renovar apenas 50,31% do lote de US$ 10,385 bilhões que vence mês que vem.

Investidores acompanham o cenário político, e adotam uma postura mais cautelosa em relação às apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff, com esse processo podendo demorar mais que o previsto inicialmente.

A presidente Dilma apresentou hoje sua defesa à comissão especial na Câmara, que analisa o pedido de impeachment. A previsão é que a votação em plenário possa ocorrer a partir do dia 15 de abril.

O mercado também aguarda a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Melo, em relação ao pedido de impeachment contra o vice-presidente Michel Temer, elaborado pelo advogado Mariel Marley Marra.