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Declarações de Tombini puxam juros futuros para cima nesta quinta

07/04/2016 16h50

As taxas dos contratos futuros de juros subiram na BM&F. Declarações do presidente do Banco central, Alexandre Tombini, de que não há espaço para uma flexibilização da política monetária reduziram as apostas em uma antecipação do corte da Selic e puxaram para cima as taxas de prazo mais curtos. Por sua vez, os DIs com prazos mais longos reagiram à maior incerteza política no mercado local e ao movimento de aversão a ativos de risco no exterior.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,84% para 13,88%, enquanto o DI para janeiro de 2018 avançou de 13,67% para 13,76%. O DI para janeiro de 2021 subiu de 14,12% para 14,24%.

Hoje o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, repetiu que o balanço de risco para inflação segue desafiador. Ele voltou a destacar que país atravessa um ambiente com instabilidade e desafios econômicos e que o ajuste fiscal é essencial e contribui para ancorar as expectativas de inflação.

O presidente do BC, contudo, acredita que os efeitos desinflacionários devem preponderar com a maior distensão no mercado de trabalho, aumento do hiato do produto - um termo usado por economistas para descrever a diferença entre o PIB real e o potencial - e impacto menor do dólar em 2016. Na leitura do mercado, isso pode abrir espaço para um corte de juros mais à frente.

A parte longa dos juros é afetada pela maior aversão a risco no exterior, diante de preocupações com o crescimento da economia global, e incertezas no cenário político local.

Além disso, o mercado segue atento ao cenário político, adotando maior cautela à espera da votação do impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara, que deve ocorrer até 19 de abril. Segundo a consultoria política Eurasia, o governo ganhou terreno nos últimos dias, negociando apoio político em troca de cargos. A empresa, contudo, vê como improvável que a presidente termine o mandato.