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Cautela predomina no mercado de juros futuros nesta terça na BM&F

19/04/2016 18h05

A cautela predominou no mercado de juros nesta terça-feira, com os investidores ajustando as posições após a forte queda verificada ontem. A leitura é de que boa parte da expectativa de um impeachment da presidente Dilma Rousseff já está refletida na curva de juros, e os movimentos a partir de agora devem ser mais moderados e dependentes do anúncio de medidas concretas em direção a uma mudança da política econômica.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,48% para 13,525%, enquanto o DI para janeiro de 2018 caiu de 12,82% para 12,79%. Já o DI para janeiro de 2021 fechou estável a 12,86%.

Com a curva de juros refletindo a probabilidade de um corte da taxa Selic de 1,5 ponto neste ano, quedas adicionais das taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo dependem de uma definição em relação ao cenário político e sobre qual será a equipe econômica nos próximos meses.

Segundo Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, dificilmente o Banco Central iniciaria um corte da taxa de juros no primeiro semestre antes da definição sobre o processo de impeachment da presidente no Senado. "Primeiro deveremos ter mudança dos votos dos dois diretores do BC que votaram pela alta de juros na última reunião, que devem alterar para manutenção na próxima reunião do Comitê de Política Monetária em abril ", diz.

Além disso, o mercado aguarda a definição sobre a formação da equipe econômica em possível governo do vice-presidente Michel Temer, que assumiria o cargo no caso de impeachment da presidente Dilma. Nomes pró-mercado poderiam promover um novo rali dos ativos locais, mas há dúvidas se haverá coalização política necessária para se avançar nas reformas estruturais.

Para Petrassi, o mercado ainda segue vendido em taxa de juros, uma vez que os fundamentos econômicos, como atividade fraca e aumento do desemprego, apontam para uma desaceleração da inflação, o que abrirá espaço para o BC cortar a taxa Selic ainda neste ano. "Os juros são os melhores ativos para se apostar a favor de um cenário de impeachment", afirma.