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Mercado vê inflação e juros menores em 2016, mas PIB deve recuar mais

25/04/2016 10h01

Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus preveem inflação menor e corte de um ponto percentual na taxa básica de juro neste ano.

A mediana das projeções para o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou pela sétima semana consecutiva, de 7,08% para 6,98% de aumento, ficando abaixo da marca de 7% pela primeira vez desde 8 de janeiro. A projeção, contudo, segue acima do teto do intervalo de meta para a inflação estipulado para o ano, de 6,5%.

A expectativa para 2017 também caiu, pela terceira vez, de 5,93% para 5,80%, afastando-se um pouco mais do teto definido para o calendário, de 6%.

Com menor pressão inflacionária, os economistas veem espaço para uma queda maior nos juros, atualmente em 14,25% ao ano. A mediana das estimativas para a Selic saiu de 13,38% para 13,25% no fim de 2016 e de 12,25% para 12% no fim de 2017.

Entre os analistas Top 5, que mais acertam as projeções, a mediana das estimativas para a alta do IPCA em 2016 teve pequena alteração, de 7,06% para 7,05%. Para 2017, passou de 6,20% para 6%. As projeções para a Selic seguiram em 13,38% e 12,25% em 2016 e 2017, respectivamente.

Atividade

Enquanto melhor a perspectiva de inflação e juros, a previsão para a atividade segue em queda. Os analistas veem um recuo maior do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, de 3,88%, em vez de 3,80%. No caso de 2017, houve leve melhora, com expansão projetada para a economia brasileira de 0,30%, em vez de 0,20%.

Divulgado na sexta-feira passada, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) mostrou que a atividade caiu 0,29% em fevereiro, uma melhora relativa ante a queda de 0,68% na abertura de 2016, feitos os ajustes sazonais. Em 12 meses, porém, a retração ainda é forte, de 4,63%.

Outros dados divulgados nos últimos dias mostram o impacto da recessão sobre o mercado de trabalho e a arrecadação. O desemprego aumentou para 10,2% no país e a renda caiu 3,9% no trimestre encerrado em fevereiro, ante 2015, segundo a Pnad Contínua, do IBGE. Contando apenas o emprego formal, houve uma perda líquida de 118,8 mil postos de trabalho em março, o pior resultado para o mês desde 1992, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No trimestre, quase 320 mil empregos foram eliminados. Com salários e trabalho em queda, a intenção de consumo do brasileiro caiu 5,5% em abril para o menor nível desde 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC).

Respondendo à queda da produção e do consumo, a arrecadação federal de impostos e contribuições levou um tombo de 7% em março e de 8,2% no primeiro trimestre, segundo a Receita, os piores resultados desde 2010.
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