Juros futuros recuam diante de expectativa de aprovação do impeachment
As taxas dos contratos futuros de juros recuaram na BM&F refletindo a queda do dólar e a expectativa de aprovação de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. O DI para janeiro de 2017 recuou de 13,7% para 13,64% , enquanto o DI para janeiro de 2021 caiu de 12,69% para 12,44%.
Ontem à noite, o presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) revogou a decisão de anular a sessão da Câmara que aprovou a abertura do processo da presidente Dilma. A votação da abertura do impeachment no plenário do Senado foi mantida para esta quarta-feira, 11 de maio.
Apesar do pedido da Advocacia-Geral da União para o Supremo Tribunal Federal (STF) anular os atos praticados pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o que em tese cancelaria a aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, a leitura no mercado é a de que o processo é praticamente irreversível. Essa visão foi reforçada ontem depois de o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) ter recusado a anulação da votação do afastamento na Câmara.
Para o estrategista da Icap corretora, Juliano Ferreira, a provação do afastamento da presidente Dilma pelo Senado já está refletida no preço dos ativos, mas dependendo do placar pode haver uma reação negativa ou positiva dos mercados. "Apesar de precisar apenas de maioria simples na votação de amanhã, ainda não temos dois terços a favor do impeachment no Senado e amanhã será importante para vermos os votos dos indecisos", diz.
Para Ferreira, o mercado de juros é o que mais tende a se beneficiar da decisão de afastamento da presidente Dilma, com espaço para uma queda das taxas , especialmente nos vencimentos mais longos. "Acho que o DI janeiro/2021 poderia recuar para perto de 12%", diz.
De acordo com ele, apesar da forte volatilidade verificada ontem nos mercados após a decisão de Maranhão, os investidores estrangeiros não retiraram os investimentos do Brasil. "Os estrangeiros estão confiantes de que o impeachment vai passar e que a situação está dada", afirma.
O mercado segue atento às notícias sobre a formação da equipe econômica. Um dos cargos a serem definidos e o mais aguardado pelo mercado é o do novo presidente do Banco Central.
Para Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Asset Management, é importante que o novo governo mantenha o status de ministro para o presidente do BC para blindá-lo de eventuais ações na Justiça, o que poderia atrapalhar a autonomia da autoridade monetária. "Vimos isso acontecer nos anos 1990 e seria aconselhável manter o status de ministro e posteriormente dar independência formal ao BC", diz.
Weeks acredita que acabar com o status de ministro do presidente do BC poderia atrapalhar na escolha do novo executivo para o cargo. "Quem aceitaria ser presidente do BC nessas condições?"
Ontem à noite, o presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) revogou a decisão de anular a sessão da Câmara que aprovou a abertura do processo da presidente Dilma. A votação da abertura do impeachment no plenário do Senado foi mantida para esta quarta-feira, 11 de maio.
Apesar do pedido da Advocacia-Geral da União para o Supremo Tribunal Federal (STF) anular os atos praticados pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o que em tese cancelaria a aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, a leitura no mercado é a de que o processo é praticamente irreversível. Essa visão foi reforçada ontem depois de o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL) ter recusado a anulação da votação do afastamento na Câmara.
Para o estrategista da Icap corretora, Juliano Ferreira, a provação do afastamento da presidente Dilma pelo Senado já está refletida no preço dos ativos, mas dependendo do placar pode haver uma reação negativa ou positiva dos mercados. "Apesar de precisar apenas de maioria simples na votação de amanhã, ainda não temos dois terços a favor do impeachment no Senado e amanhã será importante para vermos os votos dos indecisos", diz.
Para Ferreira, o mercado de juros é o que mais tende a se beneficiar da decisão de afastamento da presidente Dilma, com espaço para uma queda das taxas , especialmente nos vencimentos mais longos. "Acho que o DI janeiro/2021 poderia recuar para perto de 12%", diz.
De acordo com ele, apesar da forte volatilidade verificada ontem nos mercados após a decisão de Maranhão, os investidores estrangeiros não retiraram os investimentos do Brasil. "Os estrangeiros estão confiantes de que o impeachment vai passar e que a situação está dada", afirma.
O mercado segue atento às notícias sobre a formação da equipe econômica. Um dos cargos a serem definidos e o mais aguardado pelo mercado é o do novo presidente do Banco Central.
Para Daniel Weeks, economista-chefe da Garde Asset Management, é importante que o novo governo mantenha o status de ministro para o presidente do BC para blindá-lo de eventuais ações na Justiça, o que poderia atrapalhar a autonomia da autoridade monetária. "Vimos isso acontecer nos anos 1990 e seria aconselhável manter o status de ministro e posteriormente dar independência formal ao BC", diz.
Weeks acredita que acabar com o status de ministro do presidente do BC poderia atrapalhar na escolha do novo executivo para o cargo. "Quem aceitaria ser presidente do BC nessas condições?"
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