Inflação deve ficar abaixo de 7% em 2016, diz FGV
A inflação no varejo "dificilmente" vai superar 7% no acumulado de 2016, na análise do superintendente adjunto de Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros.
O especialista fez a observação ao comentar a deterioração de algumas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no boletim Focus, do Banco Central. Em 12 meses acumulados até abril, o IPCA sobe 9,28%.
Quadros avalia que a inflação tem sido fortemente pressionada neste mês por fatores sazonais, como o aumento autorizado de 12,5% no preço dos medicamentos. Ele prevê que o IPCA fique em torno de 7% este ano, com tendência de fechar 12 meses abaixo desse patamar.
Depois de desacelerar no início do ano, a inflação teve um repique em abril, com o IPCA subindo 0,61%, mais que o esperado, de 0,52%. Em maio, os IPCs parciais já divulgados, como o IPCs e o IPC-10, ambos da FGV, mostram que a inflação continua a se acelerar.
Além disso, a expectativa para o IPCA-15 de maio, que será divulgado na sexta-feira pelo IBGE, se deteriorou, de acordo com Focus, do Banco Central. A mediana das projeções dos economistas saiu de 0,58% para 0,63%. Os analistas têm elevado as estimativas para esse dado desde a divulgação do IPCA fechado de abril, que surpreendeu ao subir 0,61%, ante uma expectativa de 0,52%, por causa de um reajuste inesperado da tarifa de uma empresa de telefonia celular e também por conta do aumento dos medicamentos autorizado pelo governo.
Em abril, o IPCA-15 marcou alta de 0,51%.
Quanto aos IPCs da FGV, o IPC-S saiu de 0,64% para 0,67%, da primeira para a segunda quadrissemana de maio, na segunda alta consecutiva. No IGP-10 - que acelerou de 0,40% para 0,60% entre abril e maio -, o IPC aumentou de 0,43% para 0,60% no período, puxado pela deflação menor na energia elétrica e pela alta ainda expressiva em medicamentos e em alguns alimentos.
Quadros acredita que a recessão econômica deve mitigar essas acelerações nos IPCs. "Não sabemos direito o que vai acontecer com a economia ao longo do segundo semestre. Mas muitas coisas sobre a inflação já estão definidas. A economia está desaquecida e o juro, muito alto, e isso vai conter avanço de preços. [A inflação de] serviços, por exemplo já está cedendo", afirmou ele.
Outro aspecto mencionado por ele é o câmbio. Sob efeito das expectativas com o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), pode ocorrer uma valorização adicional do real ante o dólar, um efeito que pode contribuir para diminuir o avanço dos preços no setor agrícola.
Além disso, o segundo semestre é historicamente reconhecido como de melhor oferta de alimentos in natura, o que implica preços mais baixos no atacado e no varejo. "A não ser que aconteça algum choque agrícola inesperado, dificilmente a inflação no varejo passa dos 7% este ano. Eu acho que é factível [o percentual de 7%] para 2016", afirmou.
O especialista fez a observação ao comentar a deterioração de algumas previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no boletim Focus, do Banco Central. Em 12 meses acumulados até abril, o IPCA sobe 9,28%.
Quadros avalia que a inflação tem sido fortemente pressionada neste mês por fatores sazonais, como o aumento autorizado de 12,5% no preço dos medicamentos. Ele prevê que o IPCA fique em torno de 7% este ano, com tendência de fechar 12 meses abaixo desse patamar.
Depois de desacelerar no início do ano, a inflação teve um repique em abril, com o IPCA subindo 0,61%, mais que o esperado, de 0,52%. Em maio, os IPCs parciais já divulgados, como o IPCs e o IPC-10, ambos da FGV, mostram que a inflação continua a se acelerar.
Além disso, a expectativa para o IPCA-15 de maio, que será divulgado na sexta-feira pelo IBGE, se deteriorou, de acordo com Focus, do Banco Central. A mediana das projeções dos economistas saiu de 0,58% para 0,63%. Os analistas têm elevado as estimativas para esse dado desde a divulgação do IPCA fechado de abril, que surpreendeu ao subir 0,61%, ante uma expectativa de 0,52%, por causa de um reajuste inesperado da tarifa de uma empresa de telefonia celular e também por conta do aumento dos medicamentos autorizado pelo governo.
Em abril, o IPCA-15 marcou alta de 0,51%.
Quanto aos IPCs da FGV, o IPC-S saiu de 0,64% para 0,67%, da primeira para a segunda quadrissemana de maio, na segunda alta consecutiva. No IGP-10 - que acelerou de 0,40% para 0,60% entre abril e maio -, o IPC aumentou de 0,43% para 0,60% no período, puxado pela deflação menor na energia elétrica e pela alta ainda expressiva em medicamentos e em alguns alimentos.
Quadros acredita que a recessão econômica deve mitigar essas acelerações nos IPCs. "Não sabemos direito o que vai acontecer com a economia ao longo do segundo semestre. Mas muitas coisas sobre a inflação já estão definidas. A economia está desaquecida e o juro, muito alto, e isso vai conter avanço de preços. [A inflação de] serviços, por exemplo já está cedendo", afirmou ele.
Outro aspecto mencionado por ele é o câmbio. Sob efeito das expectativas com o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB), pode ocorrer uma valorização adicional do real ante o dólar, um efeito que pode contribuir para diminuir o avanço dos preços no setor agrícola.
Além disso, o segundo semestre é historicamente reconhecido como de melhor oferta de alimentos in natura, o que implica preços mais baixos no atacado e no varejo. "A não ser que aconteça algum choque agrícola inesperado, dificilmente a inflação no varejo passa dos 7% este ano. Eu acho que é factível [o percentual de 7%] para 2016", afirmou.
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