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Juros futuros longos têm leve alta devido à aversão a risco externa

13/06/2016 18h11

As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais longos subiram na BM&F, refletindo o cenário de maior aversão a risco no exterior, enquanto os DIs de curto prazo fecharam perto da estabilidade, com os investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quinta-feira. O DI para janeiro de 2017 fechou estável a 13,705%, enquanto o DI para janeiro de 2021 avançou de 12,58% para 12,59%.

Durante cerimônia de transferência do cargo de presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, que acaba de assumir o comando da autoridade monetária, destacou que a missão do BC é garantir a estabilidade do poder de compra da moeda e o sistema financeiro sólido. Ilan ainda voltou a destacar que o objetivo é cumprir plenamente meta estabelecida mirando ponto central, de 4,5%. Ele afirmou que enquanto a inflação não retornar ao centro da meta é fundamental o gerenciamento de expectativas, que deve indicar a convergência para a meta em um futuro não muito distante.

Pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira mostra um avanço nas expectativas de inflação para este ano. A mediana das projeções do IPCA para 2016 subiu de 7,12% para 7,19%, e ficou estável em 5,50% para o fim de 2017, acima do centro da meta de 4,5%. Já a mediana das projeções para taxa Selic subiu de 12,88% para 13% para o fim de 2016, e ficou estável em 11,25% para o fim de 2017.

Em discurso, Ilan confirmou os nomes dos professores da PUC Rio Carlos Viana e Tiago Berriel, para as diretorias de Política Econômica e Assuntos Internacionais, respectivamente. E também o nome de Reinaldo Le Grazie, ex-Bradesco Asset Management, para a diretoria de Política Monetária.

Para o economista da Guide Investimentos, Ignacio Crespo Rey, o BC deve esperar passar algumas incertezas no mercado internacional, como a alta de juros nos Estados Unidos, e também no mercado interno, como a aprovação das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo e a conclusão do processo de impeachment, para iniciar o ciclo de corte de juros.

"Achamos que o BC deverá adotar um perfil mais conservador e deve esperar as projeções para 2017 apontarem para o centro da meta para cortar a taxa de juros em 0,5 ponto em outubro, com a Selic encerrando o ano em 13,25%", afirma Rey, explicando que aguarda uma alta de juros nos EUA em setembro.

A incerteza em relação à próxima alta de juros nos EUA e o temor de uma saída do Reino Unido da União Europeia sustentaram o movimento de maior aversão a risco no exterior, o que se contribuiu para a taxas de juros de longo prazo no mercado local.