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"Governar com 35 partidos é muito difícil", diz Temer

24/06/2016 13h30

(Atualizada às 9h36) O presidente interino Michel Temer disse nesta sexta-feira que "governar com 35 partidos é muito difícil", mas que a discussão de uma eventual reforma política cabe ao Congresso Nacional.

O pemedebista afirmou que ele tem apenas o papel de "incentivar" a discussão. Há anos os políticos debatem esta reforma, que não avança.

"A reforma política é uma tarefa do Legislativo, mas quero incentivá-la", disse em entrevista à Rádio Estadão.

Na visão de Temer, a ideia de promover essa reforma já está "madura", principalmente por causa da pressão popular para que ela saia do papel. "O Legislativo age muito impulsionado pelo que acontece lá fora", disse.

Temer, no entanto, afirmou que não apoiaria a convocação de uma nova assembleia constituinte para a realização da reforma política o que, para ele, "significa uma ruptura com a própria Constituição".

"Nunca se sabe o que vai acontecer com uma constituinte", disse.

O interino citou a Operação Lava-Jato e as ações recentes do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal como exemplos de que a ordem jurídica brasileira "é muito forte".

No entanto, afirmou que "governar com 35 partidos é muito difícil".

Reforma da Previdência

Temer afirmou que a discussão da reforma da Previdência deve se prorrogar "um pouco", sem, no entanto, estabelecer um prazo para que o projeto seja apresentado ao Congresso.

Uma comissão formada pela Casa Civil e centrais sindicais foi criada em 16 de maio para entregar em 30 dias um projeto, o que ainda não aconteceu. A comissão foi formada apenas poucos dias após a posse do interino, em 12 de maio.

"Há uma comissão trabalhando na Casa Civil há quase 30 dias, talvez esse prazo se prorrogue um pouco, para apresentar um projeto", disse. "Tenho certeza que será possível fazer reforma da Previdência, até porque é indispensável."

Temer citou dados de uma pesquisa, sem citar a empresa, para afirmar que 65% da população brasileira defende tanto a reforma quanto a adoção de uma idade mínima para a aposentadoria.

O interino garantiu, no entanto, que não houve discussão a respeito da taxação do agronegócio, como maneira de ajudar a cobrir o rombo do déficit previdenciário. "Jamais tocamos neste assunto", disse.