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Atividade da indústria paulista recua em maio, aponta Fiesp

30/06/2016 11h56

A atividade da indústria paulista voltou a cair em maio, depois de ter ficado estável em abril. O resultado foi puxado pela queda nas horas trabalhadas na produção (-0,6%) e nas vendas reais do setor (-1,7%), informa a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A ociosidade das fábricas diminuiu um pouco na margem, mas ainda segue bem acima do nível do ano passado. Houve, contudo, melhora das expectativas, de acordo com a pesquisa Sensor, influenciada pela maior adequação dos estoques e indicadores mais positivos sobre emprego e vendas.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) recuou 1% em maio, ante alta de 0,1% em abril, feitos os ajustes sazonais. Na comparação com o mesmo período do ano passado, há queda de 9,1%. No ano, o INA cai 10,1%, bem mais que no mesmo período de 2015, quando recuou 3,4% sobre 2014. Nessa comparação, é o pior resultado para o período desde 2009 (-16,3%). Em 12 meses, o recuo é de 8,9%.

A Fiesp estima que o INA fechará 2016 com queda de 6%, recuo próximo dos 6,2% de 2015 e igual ao de 2014 (6%).

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) registrou leve alta de 74,8% para 74,9% entre abril e maio, feitos os ajustes sazonais. No mesmo período do ano passado, o Nuci era de 78%.

Os dois setores em que a atividade mais caiu em maio foram o de minerais não metálicos e o farmacêutico. O primeiro teve queda de 2,8%, já descontadas as influências sazonais, com destaque para as variáveis negativas, Horas trabalhadas na Produção (-1,4%), Total de Vendas Reais (-3,1%) e Nuci (-1,0 ponto).

Já a atividade do setor farmacêutico recuou 0,9% no mês passado, influenciada pela contração de 13,8% do Total de Vendas Reais. A variável Horas Trabalhadas na Produção teve alta de 0,7% e o Nuci, por sua vez, recuou 3,4 pontos percentuais.

No lado positivo, o INA do setor químico registrou alta de 1,5% sobre abril, feitos os ajustes sazonais, tendo como principal influência o aumento de 5,8% da variável Total de Vendas Reais. Horas Trabalhadas na Produção, no entanto, apresentou retração de 1,2% no período, enquanto o Nuci teve alta de 3,5 pontos percentuais.

Segundo informa, em nota, o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, ainda não existem sinais claros sobre a retomada de crescimento, mas há mudanças nos indicadores de expectativas, como o Sensor, também divulgado pela Fiesp, que em junho apresentou o melhor resultado desde setembro de 2015, já descontados os efeitos sazonais.

A pesquisa Sensor de junho fechou em 47,8 pontos, na série livre de influências sazonais, contra 46,4 pontos de maio, mantendo-se abaixo dos 50,0 pontos, o que ainda sinaliza pessimismo.

O único subindicador do Sensor a cair foi o de investimento, 0,6 ponto para 48,4 pontos. Emprego (4,7 pontos), vendas (3,5 pontos), mercado (4,7 pontos) e estoque (2,9 pontos) tiveram variações positivas. O único a ficar acima de 50, contudo, foi o de vendas (51,1 pontos).