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Retração dá sinais de acomodação nas grandes regiões, nota BC

05/08/2016 09h11

A retração da economia dá sinais de acomodação nas cinco grandes regiões do país, afirma o Banco Central no Boletim Regional, documento trimestral divulgado esta manhã. Embora a atividade venha mantendo neste ano a trajetória recessiva iniciada em 2014, nos meses mais recentes os impactos negativos desse cenário apresentam relativa acomodação, evidenciada pelos principais indicadores econômicos, diz o documento.

"No mesmo sentido, o desempenho dos índices de confiança de consumidores e empresários, registaram recuperação importante no trimestre encerrado em maio - disseminada nas cinco regiões geográficas do país - que sugerem perspectivas mais favoráveis para a economia do país nos próximos trimestres", diz o BC em seu boletim.

Das cinco grandes regiões, apenas a Centro-Oeste registrou desempenho pior no trimestre encerrado em maio, ante aquele terminado em fevereiro, por conta do encerramento da colheita da soja e da quebra da safra de milho por causa da estiagem. A safra de grãos do Centro-Oeste deverá cair 11,2% no ano, afetando uma importante fonte de renda da região. No trimestre encerrado em maio, o Índice de Atividade Econômica Regional - Centro-Oeste recuou 1,2%, ante o terminado fevereiro, quando tinha crescido 0,1%.

No Sudeste, a trajetória de retração da atividade apresentou sinais de estabilização, apesar do desemprego, da queda da renda e da acomodação das operações de crédito. O BC observa que a persistência de resultados negativos no comércio e no setor de serviços se contrapôs a sinais de recuperação da indústria em São Paulo e em Minas Gerais. O Índice de Atividade Econômica Regional - Sudeste (IBCR-SE) cresceu 0,4% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro, quando caiu 2,0%, no mesmo tipo de comparação, feitos os ajustes sazonais.

A evolução recente dos principais indicadores econômicos do Sul também sinaliza acomodação do processo de retração da atividade regional, diz a autoridade monetária. "A confiança dos agentes econômicos apresentou reação no trimestre encerrado em maio, as vendas varejistas registraram retração mais moderada e a produção da indústria, relativa estabilidade", informa o boletim. O Índice de Atividade Econômica Regional - Sul (IBCR-S), favorecido pelas safras de verão, em especial de soja, cresceu 1,6% no trimestre finalizado em maio, em relação ao encerrado em fevereiro, quando recuara 0,5% nesse tipo de comparação.

No Norte, a evolução da atividade foi favorecida pela reação da indústria, que cresceu 4,6% em relação ao trimestre terminado em fevereiro, impulsionada pelos aumentos na produção de bebidas, no Polo Industrial de Manaus, e na extração de minério de ferro, no Pará. Nesse contexto, o Índice de Atividade Econômica Regional - Norte (IBCR-N) aumentou 1,1%, em relação a fevereiro, quando caiu 1,8%, feito o ajuste sazonal.

No Nordeste, as economias dos três principais Estados registaram desempenho negativo no primeiro trimestre do ano, mas dados mais recentes indicaram arrefecimento do processo de retração da atividade no trimestre finalizado em maio, quando o Índice de Atividade Econômica Regional - Nordeste (IBCR-NE) recuou 0,4%, ante aquele encerrado em fevereiro, período em que havia recuado 1,4%. Destacou-se, no trimestre, o aumento de 2,9% na produção industrial, impulsionada por expansões nas atividades produtos alimentícios e bebidas, e consistente com as melhoras nos indicadores de confiança dos empresários, informa o BC.