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Investidores seguem euforia externa e juros futuros fecham em queda

09/08/2016 18h51

A força global falou mais alto e os juros futuros fecharam a terça-feira em queda firme. As taxas mais longas se aproximaram mais uma vez do menor patamar do ano. No fechamento do pregão regular, o DI janeiro/2019 tinha taxa de 12,09%, ante 12,17% ontem; o DI janeiro/2018 encerrou a 12,66%, de 12,74%; e DI janeiro/2021 caiu de 11,95% para 11,86%.

Na abertura da sessão, o mercado local se mostrou hesitante em seguir a euforia que começava a se desenhar no exterior. Mas, no fim da manhã, acabou se rendendo: o dólar despencou, levando junto as taxas futuras. "Ficou todo mundo tentando encontrar uma notícia que explicasse a queda, mas no fim ficou claro que é apenas a aposta em mais liquidez que beneficia os ativos de risco. Aqui, não tem como não acompanhar", explica um operador.

O volume de negócios no segmento de juros ficou novamente reduzido: o DI mais negociado, com vencimento em janeiro/2019, girou 115 mil contratos.

Na cena local, o mercado segue à espera pela definição do quadro político - que, na visão dos especialistas, pode abrir caminho para ingresso de recursos externos de forma mais efetiva. Assim, a votação nesta terça-feira, pelo Senado, do relatório que pede o término do mandato da presidente afastada Dilma Rousseff, pode mexer com os preços. Segundo profissionais, se menos de 55 parlamentares votarem a favor do impeachment, pode haver algum ajuste negativo.

O mercado monitorou também o encontro de diretores do Banco Central com economistas em São Paulo. Nessa reunião, que precede a elaboração do Relatório Trimestral de Inflação, os diretores repetiram que levar a inflação a 4,5% é "desafiador", mas "factível". Também disseram que o Banco Central olha um conjunto de dados para tomar a decisão de política monetária, que é fruto de julgamento. E reiteraram a análise de que o cenário externo é benigno, mas que a autoridade monetária se preocupa com quão duradouro é esse momento favorável - o que justifica cautela nas decisões de política monetária.