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Bovespa cai afetada por incerteza com projeto sobre Estados e petróleo

10/08/2016 17h56

Depois de dias operando perto da estabilidade, o Ibovespa teve um movimento mais forte de baixa neste pregão. O principal indicador da bolsa de valores caiu 1,33% para 56.920 pontos. O giro financeiro ficou em R$ 5,1 bilhões, abaixo da média do mês, que é de R$ 5,6 bilhões. De acordo com operadores, o movimento foi uma realização de lucros, já que no ano a bolsa brasileira acumula alta de 31,30%, superior às bolsas americanas, europeias e da maior parte dos países emergentes. "O mercado estava procurando uma desculpa para realizar lucros", diz um operador.

A principal desculpa foi a queda no preço internacional do barril de petróleo. O contrato de petróleo do tipo WTI para setembro caiu 2,48% para US$ 41,71. O contrato do tipo Brent para outubro caiu 2,1% para US$ 44,05 o barril. A queda foi atribuída à divulgação dos estoques de petróleo bruto nos Estados Unidos, que subiram o equivalente a 1,055 milhão de barris na semana passada, para 523,601 milhões de barris, de acordo com dados do Departamento de Energia.

Aqui, as ações da Petrobras seguiram o desempenho negativo do preço do petróleo e fecharam em baixa. Os papéis ON caíram 3,80% e os PN tiveram baixa de 2,69%. Como as ações da Petrobras têm um peso importante na composição do Ibovespa, elas puxaram para baixo a bolsa de valores.

Outra notícia que não animou os investidores foi a votação do projeto de lei da renegociação da dívida dos Estados com a União. Após intensas negociações, a Câmara dos Deputados retirou a maioria das contrapartidas do texto - a última delas, a restrição a que os governos estaduais concedessem aumentos reais ao funcionalismo.

A exclusão ocorreu um dia depois de o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciar acordo em que seriam retiradas as mudanças para endurecer a Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR), que ficarão para o projeto futuro, em troca da aprovação de dois pontos considerados pela equipe econômica como essenciais: o veto aos reajustes e o teto de gastos. "O mercado já começa a achar que vai ser mais difícil o governo interino de Michel Temer aprovar as reformas estruturais", disse um operador.

Outras ações que também fecharam em baixa foram os papéis da Vale, que seguiram o desempenho negativo do preço do minério de ferro. A tonelada do produto caiu 1,6% em Qingdao, para US$ 60,58 a tonelada. As ações da Vale ON caíram 4,73% e Vale PNA teve queda de 3,68%. Também tiveram baixa os papéis da Cyrela ON, com queda de 3,88% e CSN ON, com baixa de 4,02%.

Na ponta oposta, as maiores altas ficaram com Gerdau PN, com ganho de 3,11%, Gerdau Metalúrgica PN com alta de 3,02% e Smiles ON, com ganho de 2,85%. A Gerdau informou ao mercado que o lucro líquido atribuível aos controladores encolheu 71,4% para R$ 78,1 milhões, no segundo trimestre. Ontem, a empresa informou que seu conselho de administrou aprovou a recompra de até 10 milhões de ações preferenciais ou recibos de ações (ADR) da companhia, o que corresponde a 1,13% dos papéis desse tipo em circulação. "O mercado não esperava o anúncio de recompra e gostou dessa medida", disse um operador.