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Juros futuros mais longos fecham em leve queda nesta segunda-feira

15/08/2016 18h56

Os juros futuros de médio prazo terminaram a sessão desta segunda-feira estáveis, enquanto os mais longos cederam levemente. Segundo profissionais, além da queda do dólar - que parece que ainda vai durar mais tempo, dado o quadro global de farta liquidez - e declarações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, buscando esfriar preocupações com o ritmo ainda lento da reforma fiscal, contribuíram para esse desempenho.

Logo cedo, o mercado reagiu ao resultado da pesquisa Focus, que trouxe uma leve piora no quadro de inflação. A mediana das estimativas para o IPCA este ano subiu de 7,20% para 7,31%. E interrompeu a queda vista nas últimas semanas para 2017, permanecendo em 5,14%. Além disso, os Top 5 elevaram a projeção para o IPCA no ano que vem de forma expressiva, de 4,97% para 5,25%.

Mas a queda do dólar, que tentou cair para baixo dos R$ 3,16 no melhor momento do dia, acabou interrompendo a alta das taxas. O ajuste para cima das taxas futuras durou pouco. Dólar em queda, na visão de especialistas, ajuda nas apostas de corte de juros, porque contribui tanto para a melhora da inflação corrente quanto das expectativas.

A visão dos especialistas, até aqui, é que o BC poderá ter espaço para começar a cortar o juro a partir de outubro, quando o quadro político estará definido, pode haver mais clareza sobre o cenário para o fiscal e as expectativas de inflação podem estar mais ancoradas. Assim, se a Focus atrapalha o BC, o câmbio pode ser um elemento muito favorável ao corte de juros logo, dizem especialistas. E o contrário pode ser verdade: o corte de juros pode ajudar a conter a pressão de apreciação cambial.

Mas é do fiscal que virá o sinal amarelo para o início do alívio monetário. E hoje, em conversa com representantes do mercado financeiro promovido pela XP, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tentou diminuir o grau de ansiedade ao afirmar que o processo para aprovar as medidas será difícil, mas que é preciso enfrentá-lo. "Ao ser realista sobre o nível de dificuldade, ele pareceu crível", relata uma fonte que participou do evento.

Na saída da reunião, Meirelles falou com a imprensa e repetiu que há indicações de que haverá crescimento econômico e, consequentemente, da arrecadação em 2017. Com isso, tudo indica que não será necessário elevar tributos. "Mas se for, vamos aumentar impostos", disse.

No encerramento do pregão, o DI janeiro/2021 era negociado a 11,85%, de 11,89% no ajuste de sexta-feira. Já os DIs janeiro/2019 e janeiro/2018 terminaram a sessão estáveis, respectivamente com taxas de 12,09% e 12,65%.