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Em primeiro debate na TV, candidatos a prefeito de SP atacam Haddad

22/08/2016 23h41

No início do primeiro debate da eleição municipal em São Paulo, realizado na noite desta segunda-feira pela Rede Bandeirantes, a principal surpresa ficou para a presença do candidato Celso Russomanno (PRB). Até horas antes do debate, a presença dele não estava confirmada. Ele afirmava que a exclusão de candidatos do debate, como Luiza Erundina (Psol), por causa da nova legislação eleitoral, era injusta. Na eleição de 2012, Russomanno liderou boa parte da corrida, mas acabou ficando fora do segundo turno, que contou com a presença do atual prefeito Fernando Haddad (PT) e do atual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB).

No primeiro bloco, os candidatos foram questionados sobre o que farão, se eleitos, para gerar empregos na cidade. Haddad citou obras da sua gestão, como a duplicação de diversas vias, graças à redução "a menos da metade" da dívida municipal. Ele também destacou a abertura de 100 mil vagas em creches, mas sofreu críticas de seus adversários.

Crítico do PT, João Doria (PSDB) disse que o caminho é captar "novos investimentos nacionais e multinacionais". Ele disse que valorizará "o empreendedorismo" em áreas como "gastronomia e eventos" e "resgatará os valores da cidade". Também afirmou que é importante "rezar para que a economia tenha outro desempenho", em crítica direta à administração do PT no governo federal.

Já a ex-petista Marta Suplicy (PMDB) prometeu criar o "Banco do Povo, para dar oportunidade para aquela mulher que está em casa e quer fazer um salgadinho para vender, para quem quer comprar uma caixa de ferramentas". Também prometeu "atuar em todas as obras inacabadas, que é o que mais existe nesta cidade", em crítica a Haddad.

Apostando no discurso antipetista radical, Major Olímpio (Solidariedade) afirmou que é preciso "cumprir a lei" para gerar empregos. "O prefeito sancionou o Plano Diretor Estratégico, mas não o leu", disse. Ele também chamou a administração petista na capital de "metástase" de uma "quadrilha".

Minorias

O prefeito Haddad e a senadora Marta criticaram as políticas de João Doria (PSDB) para minorias na cidade de São Paulo. A discussão começou quando Marta, em pergunta a Doria, o acusou de tratar minorias, como negros, cadeirantes e a população LGBT, como "penduricalhos". O tucano rebateu: "Não chamei de penduricalhos". Ele garantiu que valorizará políticas a favor das minorias, mas buscará "eficiência e gestão". "Meu pai foi cadeirante por oito anos, não seria eu a cortar isso", disse.

Em seguida, após pergunta de Doria a Haddad sobre a situação da saúde pública, o assunto voltou para as minorias. "Você tem o hábito de [falar em] cortar custos em áreas prioritárias", disse o petista ao tucano, em referência a políticas para negros e mulheres. Doria acusou Haddad de ter "o desempenho tão ruim" na saúde pública a ponto de desviar o assunto. Haddad respondeu: "Estou abismado com a sua falta de conhecimento da cidade. Você prometeu acabar com as secretarias da Juventude e LGBT, que poderiam existir, mas não existem".