IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Bovespa fecha em queda com saída de investidor estrangeiro

24/08/2016 18h01

O dia foi marcado pela volatilidade. O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, chegou a cair 0,97% e depois subiu 0,54%. Mas no final do pregão, o indicador marcou queda de 0,52% aos 57.718 pontos. O volume financeiro de negócios foi considerado fraco, de R$ 4,8 bilhões, abaixo da média diária deste mês, de R$ 5,6 bilhões.

De acordo com operadores, o movimento de queda ocorreu pela saída de investidores estrangeiros da bolsa. Desde o começo desde mês, até o dia 22, eles já retiraram R$ 1,5 bilhão do mercado de ações. Esse movimento tem dois fatores: a espera pela aprovação do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, previsto para a próxima semana, e a redução do volume de negócios globais devido às férias no hemisfério norte.

"Outro fator que tem trazido cautela aos investidores é a espera pelo discurso da presidente do Fed, o banco central americano, Janet Yellen, na sexta-feira", diz Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos. Para ele, a presidente do Fed pode indicar quando os Estados Unidos podem subir a taxa de juros.

As apostas estão divididas. Há quem considere que os juros possam subir ainda neste ano, e há quem aposte que uma nova alta só deva ocorrer no ano que vem. Em tese, uma elevação dos juros americanos pode afastar os investimentos em países emergentes.

Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta foram os papéis PNB da Cesp, que subiram 10,64%, a maior valorização do dia. A empresa informou, ontem, que o Conselho Diretor do Programa de Desestatização decidiu recomendar ao governador a retomada dos estudos necessários à venda da companhia ao setor privado. "A privatização da Cesp é uma discussão antiga, mas diante de todo o contexto atual do setor, é provável que agora ocorra", diz Pereira.

Outras ações que também fecharam em alta foram os papéis da Lojas Americanas, com ganho de 2,41%, seguida por Qaulicorp com alta de 2,02% e Copel PNB, com valorização de 1,86%.

Na ponta oposta, as maiores quedas do dia ficavam com as ações PNA da Usiminas, com queda de 8,04%, seguida pelos papéis da CSN, com baixa de 7,02%, os papéis preferenciais da Gerdau Metalúrgica caíram 6,71%.

De acordo com o Valor, os controladores da Usiminas já discutem um modelo de cisão da empresa. Após o aumento de capital de R$ 1,05 bilhão e prestes a concluir a renegociação de sua dívida superior a R$ 7 bilhões com nove bancos credores do país e do Japão, a Usiminas deve caminhar para solucionar o conflito societário entre seus dois maiores acionistas do bloco de controle, informa o jornal, o que passa pela cisão da empresa.

Já as ações da CSN caíram acompanhando o desempenho do setor, a despeito de notícias positivas para a empresa. A companhia concluiu a negociação com a polonesa Can-Pack para venda de 100% das ações de emissão de sua controlada Metalic, negócio cujo fechamento está previsto para 30 de setembro de 2016. O valor base da transação é de US$ 98 milhões e deverá ser pago em reais, à vista.

Também fecharam em baixa os papéis da Petrobras, seguindo a desvalorização do preço internacional do barril do petróleo. As ações ordinárias da estatal caíram 1,94% e os papéis preferenciais tiveram queda de 2,13%. No mercado internacional, os contratos de petróleo do WTI tiveram baixa de 2,76% a US$ 46,77 o barril. O desempenho negativo do preço do petróleo ocorreu após a divulgação dos estoques de óleo, que cresceram em 2,5 milhões de barris, ante previsão de queda.

As ações ordinárias da Vale tiveram baixa de 3,20% e os papéis PNA caíram 3,22%. O preço do minério de ferro caiu 0,1% em Qingdao a US$ 61,70 a tonelada.