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Petrobras, JBS e Localiza mantêm Ibovespa em alta

06/12/2016 18h51

As notícias corporativas determinaram o comportamento do Ibovespa. O índice fechou com alta de 2,10% aos 61.088 pontos, mas com volume financeiro considerado baixo, de R$ 6,4 bilhões, o que mostra pouca consistência no movimento de alta. A média diária no mês passado ficou em R$ 8,7 bilhões.

As notícias sobre a Petrobras, JBS e Localiza prevaleceram sobre a instabilidade política. "O mercado não está consistente, o momento não é para uma alta de 2%. O Ibovespa está volátil e deve continuar assim pelos próximos dias", diz Álvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

As ações preferenciais da Petrobras subiram 3,13% e as ações ordinárias tiveram alta de 3,27%. A estatal anunciou ontem à noite a elevação média do preço da gasolina em 8,1% e do diesel nas refinarias em 9,5%. Hoje, foi anunciado um aumento de 12,3% no preço do GLP industrial a partir de amanhã.

Juntas, as duas ações da Petrobras representam 11,14% da composição do Ibovespa. E um movimento de alta dos papéis contamina o Ibovespa de maneira positiva. As duas ações foram responsáveis por 20% do movimento do Ibovespa no pregão de hoje.

Já as ações ordinárias da JBS subiram 19,07%. A companhia fará uma oferta pública inicial de ações (IPO) da sua subsidiária JBS Foods International B.V. (JBSFI) na bolsa de Nova York. Após o anúncio, o Itaú BBA elevou a recomendação dos papéis para acima da média do mercado ("outperform"), afirmando que, se vender 30% da JBS Food International, a alavancagem da empresa cairá para 2,5 vezes.

As ações da Localiza fecharam em alta de 7,88% depois de a empresa ter comunicado a compra, por meio de sua subsidiária Localiza Fleet, de 99,99% das cotas da Hertz Brasil, pelo valor de estimado de R$ 337 milhões.

De acordo com Bandeira, os investidores decidiram olhar apenas para algumas notícias positivas como a alta no preço dos combustíveis, que pode aumentar a rentabilidade da Petrobras; a expectativa de que a PEC dos gastos seja votada nos próximos dias e a possível redução dos juros básicos da economia, que estão em 13,75% ao ano.

"Hoje, não consideraram que o aumento no preço dos combustíveis pode trazer mais inflação e diminuir a chance de queda dos juros. Também deixaram de considerar a alta de juros nos Estados Unidos e a evolução da crise política", diz.

No cenário político, os fatores que continuam no radar dos investidores são a aprovação da PEC dos Gastos, cuja votação no Senado em segundo turno está marcada para 13 de dezembro, mas pode ser postergada para o primeiro trimestre de 2017. Há também dúvidas sobre a aprovação da reforma da Previdência Social. O governo encaminhou a proposta hoje para a Câmara dos Deputados. Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a previsão é que a reforma seja votada entre março e abril do próximo ano.

Há ainda o embate entre o Legislativo e o Judiciário. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio de Melo, afastou o presidente do Senado, Renan Calheiros, que recorreu da decisão e entrou com mandado de segurando no STF contra o afastamento. O recurso está previsto para ser analisado amanhã pelo STF. Os investidores receiam que o sucessor de Renan, o senador petista Jorge Viana, possa postergar a votação das medidas de ajuste fiscal.