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Dólar fecha em queda com expectativa de que Renan acelere PEC

08/12/2016 17h21

O dólar fechou em queda frente ao real, refletindo o alívio da preocupação com o andamento da agenda de votação das medidas no Congresso, após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter decidido manter Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado.

A leitura do mercado é de que a permanência de Renan no cargo garante a votação em segundo turno da PEC do teto de gastos no Senado, prevista para 13 de dezembro.

O câmbio no mercado local descolou do movimento no exterior com as moedas emergentes registrando queda após o Banco Central Europeu (BCE) ter sinalizado o início da redução das compras de ativos no ano que vem.

Embora tenha afirmado que continuará comprando títulos até o fim de dezembro de 2017 ou além, se necessário, o BCE anunciou hoje que reduzirá, a partir de abril, de 80 bilhões de euros para 60 bilhões de euros o montante mensal de compras de papéis. A autoridade monetária da zona do euro também manteve a taxa básica de juros estável em 0%.

No mercado local, o dólar comercial caiu 0,68% e fechou a R$ 3,3824. Já o contrato futuro para janeiro de 2017 recuava 0,12% para R$ 3,403.

O real se destacou hoje entre as moedas com melhor desempenho frente ao dólar.

O mercado vê como positivo o andamento das reformas no Congresso, com o governo tendo enviado esta semana para a Câmara a proposta da reforma da Previdência. Isso tem ajudado a compensar a piora do cenário externo para mercados emergentes.

A decisão do Banco central Europeu (BCE) de sinalizar o início da redução do programa de estímulos no ano que vem deve ser negativa para os mercados emergentes na margem, mas o maior risco para esses ativos continua sendo o movimento de alta das taxas dos Treasuries com os Estados Unidos mostrando uma recuperação do crescimento, avalia gestor do time de dívida de mercados emergentes da Aberdeen, Kevin Daly.

O volume menor de estímulos vem num momento em que os mercados globais mostram ansiedade com a probabilidade de altas de juros nos EUA, que podem se estender para além de dezembro caso o novo presidente americano, Donald Trump, implemente medidas consideradas inflacionárias.

O programa de compra de ativos tem ajudado a manter a liquidez alta nos mercado e estimulado os investimentos em ativos de mercados emergentes, com os investidores buscando retornos maiores.

A redução dessas compras pelo BCE, segundo Daly, é negativa para os ativos emergentes, com os investidores devendo substituir esses investimentos por papéis de mercados desenvolvidos nos próximos dois anos. "Mas as taxas de juros dos bônus soberanos da Europa ainda estão muito baixas e , mesmo que o BCE decida começar o ?tapering' em algum momento no ano que vem, não vemos uma grande mudança para o próximo ano", diz.

No mercado local, o Banco Central renovou hoje mais 15 mil contratos de swap cambial tradicional do lote de US$ 5 bilhões nesses derivativos que vence em janeiro, cuja operação somou US$ 750 milhões.