Dólar beira R$ 3,11 em novo dia de ajuste global da moeda americana
O dólar acelerou a alta frente ao real nesta sexta-feira (17), superando a marca de R$ 3,10. A moeda já opera cerca de 2% acima das mínimas em 20 meses atingidas ontem.
A força do dólar é maior contra divisas que nas últimas semanas experimentaram firmes ganhos. É o caso não só do real, como também do rublo russo, do peso chileno e do peso argentino.
O movimento reforça a percepção de que a alta pode ser apenas um ajuste temporário. No entanto, grandes casas de análise alertam sobre o nível baixo do dólar no Brasil - com o real já muito próximo do que seria o preço "justo" -, o que adiciona alguma cautela.
Às 13h50, o dólar comercial subia 0,66%, a R$ 3,1026, depois de alcançar R$ 3,1075 na máxima - 2,17% acima do piso da véspera (R$ 3,0416). O dólar para março subia 0,36%, para R$ 3,106.
Juros
Os juros futuros recuam hoje na BM&F, devolvendo parte das firmes altas da véspera, quando uma confluência de fatores interrompeu a série de quedas dos DIs.
De forma geral, analistas dizem que a pressão da véspera - motivada por excesso de papel no mercado secundário num cenário sem demanda de estrangeiro, compra de DI por um grande banco e piora do cenário internacional - tende a ser um ponto fora da curva. "Acho que conforme se aproxima o Copom o mercado vai voltar a vender bem o DI [janeiro] 2019 e o 2018 também", diz um operador.
A curva de DI embute 13% de probabilidade de corte de 1 ponto percentual da Selic na próxima quarta-feira (87% de chance de redução de 0,75 ponto).
Às 13h53, o DI janeiro de 2018 cedia a 10,585% ao ano, ante 10,635% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2019 recuava a 10,090%, contra 10,160% no último ajuste.
O DI janeiro de 2021 caía a 10,290%, frente a 10,340% no ajuste da véspera. Mais cedo, essa taxa alcançara 10,390%, máxima desde 7 de fevereiro (10,500%).
O mercado comenta ainda informações de que Santander e Itaú Unibanco teriam citado juros abaixo de 7% até 2020.
Bolsa
O Ibovespa tem um dia negativo, acompanhando a correção que se espalha pelas bolsas mundiais, depois que os índices dos Estados Unidos bateram recordes históricos seguidos e o próprio índice local atingiu seu maior patamar em cinco anos. O índice caía 0,32% às 14h02, para 67.594 pontos. Mesmo com essa queda, ainda sobe mais de 11% no ano. O dia é agitado por balanços de peso, que trazem volatilidade para diversos papéis.
As ações da Raia Drogasil, que chegaram a liderar as altas do Ibovespa, viraram e passaram a cair, liderando as perdas (-2,35%). Segundo operadores, a restrita liquidez do papel provoca os movimentos mais bruscos. Os maiores vendedores pela manhã foram Capital Markets e UBS. Também há um componente de realização.
As ações da Vale, que abriram em queda, passaram a subir. A PNA avançava 1% e a ON caía 1,39%. O minério de ferro avançou 0,3% hoje. O Valor informa hoje que o presidente Michel Temer não vai interferir na troca de comando da Vale, prevista para maio, quando termina o atual contrato, de Murilo Ferreira.
As ações das companhias de papel e celulose Fibria e Suzano lideram os ganhos do Ibovespa no momento. Fibria sobe 3,23% e Suzano ganha 2,01%. A Suzano anunciou hoje um aumento de preços de US$ 30 para a tonelada da celulose de eucalipto negociada na Europa e na América do Norte. Os valores serão válidos a partir de 1º de março.
Fora do Ibovespa, Gol PN sobe 4,14%. A empresa teve prejuízo líquido de R$ 30,2 milhões no quarto trimestre, queda de 97,3%. O conselho de administração da Gol propôs a mudança no programa de recibos de ações da companhia (ADS, na sigla em inglês), passando a proporção para cinco ações preferenciais para cada ADS. A relação anterior era de dez papéis preferenciais para cada ADS. O objetivo da mudança, segundo a Gol, é aumentar a liquidez dos papéis.
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