Dólar desliza a R$ 3,05 em meio à queda global da moeda
O dólar volta a encostar na casa de R$ 3,05, operando nesta quinta-feira (23) nos menores níveis em uma semana. O movimento local ocorre na esteira do exterior, onde a divisa americana perde de forma generalizada, pressionada por incertezas sobre as políticas econômicas de Donald Trump e pela ata do Federal Reserve (Fed, BC americano) da véspera, tida como "dovish".
Às 13h34, o dólar comercial recuava 0,12%, a R$ 3,0656. Na mínima, foi a R$ 3,0536, menor patamar intradia desde o último dia 16 (R$ 3,0416).No mercado futuro, o dólar para março perdia 0,10%, a R$ 3,0655, depois de escorregar a R$ 3,0550.
Várias outras divisas ganham terreno frente à moeda americana nesta sessão. Uma cesta de moedas emergentes, incluindo o real, está muito próxima de anular todas as perdas ocorridas na sequência da eleição de Trump, em 8 de novembro do ano passado. Hoje, essa cesta avançava 0,70%, no quarto dia seguido de ganhos.
O Morgan Stanley revisou suas projeções para o real no curto prazo e vê a moeda brasileira subindo para 2,95 por dólar no fim deste primeiro trimestre. Para o ano, o Morgan espera cotação de 3,25 reais por dólar.
O banco americano se diz ainda "construtivo" com o real, citando que a moeda oferece um dos mais altos retornos ajustados pela volatilidade, dentre divisas emergentes. Porém, o Morgan pondera que muito do noticiário positivo já está precificado, e um ajuste de baixa poderia ser "rápido" caso aconteça, uma vez que o mercado está "muito comprado" na moeda brasileira.
"Em 2018, o real provavelmente vai ter um desempenho pior que seus pares emergentes, especialmente perto da segunda metade do ano, quando crescerá a incerteza em torno das eleições presidenciais", diz o banco em relatório.
Juros
As taxas de DI têm firme baixa nesta quinta-feira, com alguns vértices operando abaixo de 10%, após o Copom deixar em aberto a probabilidade de intensificação do ciclo de afrouxamento monetário.
Itaú Unibanco, Crédit Agricole, Brasil Plural, UBS, Santander, Pine, HSBC e Tendências são algumas das casas que mantiveram expectativa para a Selic, que variam entre 9% e 9,75%, embora reconheçam chances de cortes de 1 ponto percentual à frente. BofA e Citi baixaram suas projeções o juro no final do ano. O BofA, por exemplo, passou a ver dois cortes de 1 ponto em abril e maio e taxa básica de 9% até dezembro, ante 9,75% antes.
O volume de negócios é forte, de mais de 2,04 milhões de contratos de DI de 1 dia, já superando todo o giro da véspera, de 1,7 milhão.O DI janeiro de 2018 - que indica apostas para a Selic ao longo de 2017 - cedia a 10,350%, contra 10,465% no último ajuste.
O DI janeiro de 2019 caía a 9,840%, ante 9,840% no ajuste anterior. Também em um dígito, o DI janeiro de 2020 operava a 9,940%, comparado a 10,070% no último ajuste.O DI janeiro de 2021 recuava a 10,070%, em relação a 10,180% no ajuste da véspera.
Bovespa
O Ibovespa teve uma primeira parte de pregão positiva e atingiu máxima de 1,3% pela manhã, mas diminuiu os ganhos pressionado pelas ações da Vale. O índice virou por volta das 13h e caía 0,49%, para 68.250 pontos Às 13h50, em comportamento mais alinhado com os Estados Unidos.
As ações da Vale mostram forte volatilidade e já oscilaram entre os destaques de alta e de baixa do índice, após um balanço considerado positivo, mas com questionamentos de analistas sobre o futuro do minério de ferro.
Vale PNA caía 3,85% e Vale ON recuava 5,04%. O volume financeiro de Vale PNA era o maior do dia, somando R$ 542 milhões, bem à frente da segunda colocada, Petrobras PN, com R$ 278 milhões e alta de 0,57%.
A Vale divulgou lucro líquido de R$ 1,57 bilhão no quarto trimestre de 2016, segundo cálculos feitos pelo Valor, a partir do montante atribuível aos controladores da empresa.O conselho de administração da companhia propôs o pagamento de R$ 4,6 bilhões (brutos) em juros sobre capital próprio, o equivalente a R$ 0,9055 por ação ordinária ou preferencial. O pagamento está previsto para o dia 28 de abril.
Fora do Ibovespa, as ações da PDG Realty têm um segundo dia de fortes perdas, após a empresa anunciar pedido de recuperação judicial. Ontem, as ações da companhia passaram quase o dia inteiro em leilão, por atingirem a oscilação máxima permitida, fechando em queda de 10,84%, a R$ 2,88.A companhia finalmente levou ao Tribunal da Justiça de São Paulo seu pedido de recuperação, com R$ 7,8 bilhões em débitos totais, com quase 23 mil credores. Hoje, a queda era de 21,5%.
Fora da Vale, CCR lidera perdas (-5,86%), Bradespar PN (-5,44%) e Suzano PNA (-3,11%). Entre os destaques de alta, estão Eletrobras (3,39%), Smiles (2,22%), Cemig (2,18%), BBSeguridade ON (1,91%) e JBS ON (1,78%).
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