Dólar recua e bolsa sobe à espera do Fed
Faltando pouco para o anúncio do banco central americano Federal Reserve (Fed) sobre os juros, as principais moedas de economias emergentes ganham terreno ante o dólar nesta quarta-feira (15). Ainda que o mercado demonstre cautela, a expectativa é que o banco central americano apenas reforce a intenção de subir juros de maneira gradual, com total de três apertos em 2017. A primeira dessas altas é esperada para hoje, mas o movimento já foi incorporado no preço dos ativos.
Especialistas alertam, entretanto, que o tom mais duro do Fed com indicação de um ciclo mais longo de contração monetária não está totalmente precificada. "É perfeitamente possível que o Fed mude a projeção de três para quatro altas de juros este ano e o mercado não está preparado para isto", diz o diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior. "Mas é preciso aguardar para ver", afirma.
Os investidores condicionam uma possível atuação do Banco Central ao efeito trazido pelo Fed. No caso de uma alta mais forte do dólar, a autoridade monetária brasileira pode aumentar o volume de rolagem do próximo vencimento de contratos de swap cambial tradicional. Por outro lado, uma resposta mais amena nas cotações permite que o BC deixe vencer um montante maior do lote, diminuindo seu estoque.
No começo da tarde, o dólar recuava ante emergentes, num movimento que conta com o avanço das commodities. A baixa da divisa dos EUA era superior a 1% na comparação com o peso mexicano e rand sul-africano no fim da manhã, por exemplo.
No Brasil, às 13h32, o dólar recuava 0,26%, cotado a R$ 3,1632, com mínima em 3,1550 (-0,51%). Já o contrato futuro para abril perdia 0,24%, a R$ 3,1775, tendo caído até R$ 3,1710 (-0,44%).
Menos acentuado que outras praças, o movimento cambial no Brasil é limitado por algum desconforto com ambiente político. Inclusive, este foi o motivo para a moeda dos EUA subir mais cedo ante o real, destoando dos pares emergentes. Nas máximas, o dólar chegou a R$ 3,1774 (+0,18%) e o futuro para abril marcou R$ 3,1935 (+0,27%).
Juros
O ruído político trazido pela "Lista de Janot" parece ter efeito limitado na trajetória esperada para a Selic. No entanto, o mercado mostra desconforto com o possível adiamento no cronograma da reforma da Previdência, que é o principal pilar do ajuste fiscal. Com isso, os juros futuros com vencimentos mais longos operam em alta, direcionados pela cautela antes da decisão do Fed. Já a ponta mais curta segue mais próxima da estabilidade, com algum viés de queda.
Entre os vencimentos de até médio prazo, o DI janeiro de 2018 subia a 10,050%, enquanto o DI janeiro de 2019 - ambos em linha com a véspera.
Às 13h44, o DI janeiro de 2021 estava em 10,080%, de 10,070% no ajuste anterior, e DI janeiro de 2023 marcava 10,370%, de 10,360%. O DI janeiro de 2025 exibia 10,480%, na comparação com 10,470%.
Bolsa
Um dia repleto de notícias fez com o Ibovespa registrasse volatilidade na primeira parte do pregão e esse movimento pode permanecer ao longo do dia. Às 13h49, o índice operava com alta de 0,14% aos 64.787 pontos. Durante a manhã, o Ibovespa chegou a cair 0,25% e subiu 0,75%.
Pela manhã, a bolsa operou em alta, seguindo o comportamento positivo das commodities no mercado internacional. Mas, depois, passou a cair com o receio de atrasos na votação da reforma da Previdência Social. As reformas estruturais são consideradas essenciais para diminuir o déficit fiscal e estimular o crescimento econômico.
Os preços dos ativos já incluem a possibilidade de elevação dos juros, mas os investidores quem conferir no discurso da presidente do Fed, Janet Yellen, qual a magnitude dos próximos ajustes na política monetária. A possibilidade de quatro elevações dos juros neste ano é considerada desfavorável aos investimentos em países emergentes. O consenso é de que no ano haja três elevações da taxa.
Entre as maiores altas do horário, estão Fribria ON (4,72%), Estácio ON (3,46%) e Vale ON (2,79%). BM&FBovespa ON (-2,13%), Embraer ON (-2,10%) e Rumo ON (-1,39%) lideram as quedas.
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