Juros futuros têm forte baixa após Fed indicar aperto monetário menor
Os juros futuros chegaram ao fim do dia em firme baixa nesta quarta-feira, puxados pela forte queda do dólar e das taxas dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) após o banco central dos EUA frustrar expectativa de um tom mais "hawkish", voltado ao aperto da política monetária.
A redução dos temores de condições financeiras mais apertadas deu respaldo para o mercado voltar a elevar a expectativa de corte de 1 ponto percentual da Selic em abril. A curva de DI embutia probabilidade de 75% para redução de 1 ponto no próximo mês, contra 63% pouco antes da decisão do Fed.
O Federal Reserve (Fed, BC americano) elevou a taxa básica de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual, para uma faixa entre 0,75% e 1%, e sinalizou duas altas adicionais neste ano. Os mercados chegaram a cogitar a possibilidade de quatro altas no total deste ano. Além disso, um dos membros do Fomc - o presidente do Fed de Mineápolis, Neel Kashkari - votou contra aumento de juros, indicando que mais apertos monetários são menos consensuais do que o imaginado.
Foi o suficiente para fazer as taxas de DI reverterem as altas de mais cedo, ditadas por persistentes ruídos em torno do encaminhamento do ajuste fiscal no Brasil.
Para o economista do Banco Pine Marco Caruso, a indicação do Fed sugere que o interregno benigno do cenário externo deve durar mais tempo, o que é positivo para o Brasil. Segundo ele, o BC americano conseguiu subir os juros com alívio das condições financeiras.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2021 - mais sensível ao movimento externo - caía a 9,980% ao ano, depois de bater uma mínima de 9,960%. Antes do anúncio da decisão, essa taxa estava em 10,040% (10,070% no ajuste da véspera).
O DI janeiro de 2019 recuava a 9,550%, depois de atingir uma mínima de 9,530% após o Fed. Antes da decisão do Fomc, o patamar era de 9,580% (9,600% no último ajuste).O DI janeiro de 2018 indicava 10,015%, era 10,040% antes do Fed e 10,050% no ajuste anterior.
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