Juros futuros longos fecham em alta com exterior e incertezas locais
Os juros futuros de prazos mais longos subiram nesta quarta-feira, mais do que devolvendo as quedas da véspera.Segundo profissionais, uma combinação de fatores puxou as taxas para cima. Do lado doméstico, as preocupações com a reforma da Previdência, as "ondas de choque" da "Lista de Fachin" sobre o governo e a esticada do dólar colaboraram para o aumento dos prêmios de risco.
O movimento teve suporte também com o ambiente externo mais arisco, com firme alta dos "yields" (retorno ao investidor) dos Treasuries - títulos do Tesouro americano - mais longos.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro de 2021 - mais suscetível a incertezas de ordem estrutural - subia a 9,920% (9,880% no último ajuste).
O noticiário sobre a reforma da Previdência voltou a ditar cautela. O parecer do relator do projeto na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), trouxe mudanças que surpreenderam até membros da base. Pressionado pela bancada ruralista, o governo desistiu de elevar o tempo de contribuição do trabalhador rural, que será mantida em 15 anos, e de igualar a idade mínima de aposentadoria do homem e da mulher da agricultura familiar. É mais uma concessão na proposta que, até terça-feira, o Palácio do Planalto procurava evitar.
Outra alteração a toque de caixa na aposentadoria rural foi a exigência de um tempo de contribuição de 15 anos, o mesmo de hoje. O governo queria 25 anos. Ontem, o relator havia dito que o prazo seria de 20 anos.
Maia tentou minimizar o acordo feito com a oposição para votar o parecer apenas em 2 de maio, evitando classificá-lo como derrota. O governo contava que a votação ocorreria ainda neste mês de abril.
Os ruídos vieram um dia depois de o governo sofrer derrota na votação do pedido de urgência para a reforma trabalhista. Manchete do Valor desta quarta-feira diz ser provável que o resultado tenha sido reflexo do conteúdo das delações de executivos da Odebrecht, que envolvem membros do governo e parlamentares.
Entre os vencimentos mais curtos, o destaque ficou com o outubro de 2017, que girou mais que o DI julho de 2017 - este último reflete apostas para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de maio.
O DI outubro de 2017 - que inclui as reuniões do Copom de maio, julho e setembro - tinha taxa de 9,960% (9,965% no último ajuste). O IPCA de abril, a ser divulgado nesta quinta-feira, deve mexer com as expectativas do mercado sobre os próximos passos da política monetária.
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