Dow Jones e S&P 500 fecham em baixa; Nasdaq fica estável nesta quarta
O esperado anúncio das propostas da reforma tributária, propagandeada pelo próprio presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como "um dos maiores cortes de impostos da história" americana, veio com algum gosto de incerteza. Analistas enxergaram os detalhes divulgados quase como uma carta de intenções em lugar de um plano já rascunhado.
Após ajustes, o Dow Jones fechou em queda de 0,10%, a 20.975,09 pontos. O S&P 500 recuou 0,05%, a 2.387,45 pontos. O Nasdaq terminou estável a 6.025,22 pontos, apesar de ter alcançado nova máxima intradia de 6.040,89 pontos.
No S&P 500, oito de 11 setores terminaram o dia no negativo. A virada ocorreu na meia hora final da sessão. Até então, apenas dois setores operavam abaixo da linha dos ganhos. As maiores baixa ficaram com os papéis de consumo básico e imobiliários, com recuos de 0,82% e 0,81%.
No Dow Jones, a baixa de 2,49% da Procter&Gamble, após resultados no primeiro trimestre inferior ao esperado, foi determinante para a queda do índice de "blue chips" americanas. No lado das altas, Verizon e United Technologies lideraram os ganhos, com subidas de 1,37% e 1,18%.
Nesta quarta-feira, poucos detalhes foram revelados pelo secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, e pelo diretor do Conselho Econômico Nacional, Gary Cohn, sobre o plano de reforma tributária além do que já havia sido vazado para a imprensa nos últimos dias.
As lacunas deixaram a impressão de haver ainda um longo caminho de discussões e mudanças pela frente e de que persiste a falta de consenso entre os congressistas sobre temas importantes.
Em linhas gerais, Mnuchin e Cohn confirmaram vários detalhes divulgados pela imprensa entre segunda e terça-feira. O plano prevê o corte de taxa sobre as corporações de uma carga máxima de 35% para 15%, a diminuição da alíquota das companhias "pass-trough" de 39,6% para 15%, a redução do imposto de renda individual para um teto de 35% ante os atuais 39,6%, a proposta de revogação do imposto sobre herança, a criação de um sistema tributário territorial, com "pouca ou nenhuma taxação sobre os lucros obtidos no exterior", e a ideia de lançar um programa de repatriação de recursos que as companhias mantêm fora dos EUA.
O plano da reforma abrirá um período de longas negociações no Congresso dos EUA. Apesar de o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, ter dito que "nós [os republicanos] estamos de acordo com 80% [do plano] e estamos próximos nos outros 20%", muitos investidores têm mostrado cautela quanto ao pacote. Persiste uma visão de que o presidente pode enfrentar, novamente, dificuldade para levar adiante sua proposta nas casas legislativas, apesar da maioria republicana.
Os mercados de renda variável e fixa reagiram de maneiras diferentes em relação ao plano. E as dúvidas sobre eventuais dificuldades no Congresso fortaleceram a demanda pelos Treasuries.
O dia também foi marcado por balanços com variações positivas e negativas de pesos-pesados como Boeing, Procter & Gamble e PepsiCo. Com isso, Wall Street consolidou-se em uma posição de cautela.
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