Dólar tem maior queda em 7 anos após maior alta desde 1999
A sexta-feira foi o dia em que a taxa de câmbio brasileira reforçou a fama de volátil. Depois de ontem ter registrado a maior queda em 18 anos, o real contabilizou nesta sessão a valorização mais intensa em sete anos.
Dos R$ 3,4083 alcançados na máxima da véspera, a cotação caiu hoje para R$ 3,2554, em baixa de R$ 3,79%. É a mais intensa depreciação desde 10 de maio de 2010, quando o dólar perdeu 4,00%. Naquela data, o movimento foi propiciado pelo megapacote de socorro de governos europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), que amenizou riscos de colapso da Europa por causa da crise de dívida sofrida por alguns países do continente.
Hoje, o dia no câmbio foi de claro ajuste, após o voo de mais de 8% ontem do dólar - maior alta desde janeiro de 1999, mês da maxidesvalorização da divisa brasileira. A continuidade de vendas de dólares por exportadores ajudou no alívio, bem como a nova injeção de US$ 2 bilhões pelo Banco Central no mercado futuro de câmbio.
Comentários de mesas de estratégia de bancos indicam que o movimento de ontem pode ter sido exagerado, com o dólar dificilmente devendo passar dos R$ 4 no curto prazo. O cenário de incerteza, porém, vai brecar novas apostas a favor do real. No líquido, o novo patamar do câmbio parece ficar entre R$ 3,20 e R$ 3,40, longe das mínimas perto de R$ 3 atingidas recentemente.
Na semana, o dólar subiu 4,25%, maior alta desde a semana finda em 11 de novembro (5,07%), quando os mercados estavam em choque com a vitória de Donald Trump na corrida presidencial americana.
O real teve o pior desempenho semanal entre os 33 principais pares do dólar. No mês, a moeda brasileira perde 2,47%, melhor apenas que o peso argentino (-3,86%), cuja queda também pode ser atribuída à turbulência no Brasil, devido à exposição comercial da Argentina ao mercado brasileiro.
No ano, o real passou a ser a moeda com quarto pior desempenho (-0,15%), melhor apenas que a lira turca (-1,37%), o peso argentino (-0,88%) e o dólar canadense (-0,65%).
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