Ibovespa recupera parte da queda de quinta, mas clima é tenso
A bolsa de valores brasileira sobe, nesta sexta-feira, em meio a calorosos debates sobre os rumos do país depois do terremoto que abalou a cena política local nos últimos dois dias.
Muitos gestores aproveitam para comprar papéis que, na sua avaliação, caíram exageradamente na quinta-feira. Assim, o Ibovespa termina a primeira etapa do pregão de hoje em alta.
O principal índice da bolsa local ganhava 2,49, com 63.131 pontos, às 13h30.
O setor financeiro tem a maior alta entre sete grupos setoriais - o índice que reúne as empresas do segmento há pouco avançava 3,21%. A ação do Banco do Brasil é a de melhor desempenho, ganhando 5,61%, a R$ 28,60.
Em seguida, vem o segmento de commodities, que acompanha o aumento dos preços das matérias-primas.
A ação preferencial da Petrobras subia 4,11%, para R$ 13,69, e a ordinária ganhava 3,01%, a R$ 14,70, enquanto o petróleo tipo Brent avançava 2,06%, para US$ 53,59 o barril, na bolsa de Londres.
Após o minério de ferro subir 1,8%, para US$ 62,69 a tonelada, na China, maior consumidor mundial do metal, a Vale ganhava 1,96%, a R$ 26,04, no seu papel PN, e 2,72%, a R$ 27,59, no ON.
Após o pânico que fez o principal índice do mercado acionário local despencar 8,80% ontem, os investidores ajustavam as suas carteiras à percepção de que a situação de Temer não é desesperadora como levava a acreditar o vazamento, na quarta-feira, de trechos da delação premiada do empresário Joesley Batista, da JBS.
Na avaliação do governo, o áudio da conversa entre Batista e o presidente não comprova que Temer avalizou o pagamento de mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para evitar que o parlamentar, preso desde outubro, envolvesse o governo e aliados em denúncias de ilegalidades.
Como o Supremo Tribunal Federal deve divulgar ainda hoje a íntegra da delação dos executivos da JBS, o mercado segue tenso.
Todas as atenções vão continuar concentradas nos próximos passos do governo e no andamento das reformas estruturais, que são tidas como essenciais para a retomada da economia e para garantir o crescimento sustentável do país no futuro. A expectativa de aprovação das mudanças nas leis trabalhistas e no sistema de Previdência Social vinha animando o mercado nas últimas semanas.
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