Votorantim S.A. sai de lucro para prejuízo no 1º tri
Em meio à contínua deterioração do resultado de seus principais negócios, a Votorantim S.A. registrou prejuízo líquido de R$ 546 milhões no primeiro trimestre deste ano, segundo balanço publicado nesta quinta-feira (25) pelo grupo. No mesmo período do ano passado, a companhia havia registrado lucro de R$ 144 milhões.
A empresa, uma S.A. de capital fechado com investidores de sua dívida, revelou ainda que a receita líquida caiu 6% na comparação anual, totalizando R$ 5,85 bilhões. Os grandes motivos foram a piora tanto de vendas quanto de preços da divisão de cimentos e a base de comparação forte, porque em 2016 a operação de níquel ainda estava ligada ao grupo.
De acordo com a Votorantim, os custos de venda entre janeiro e março somaram R$ 4,68 bilhões, 8% a menos na mesma comparação anual. Já as despesas gerais, administrativas e com vendas caíram 7%, para R$ 850 milhões. O fortalecimento do real ante o dólar no período e o menor volume comercializado ajudaram nesses cortes.
Com isso, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado para eliminar eventos não recorrentes ? o único divulgado pela empresa ? caiu 28%, para R$ 625 milhões. A margem, no período de um ano, foi de 14% para 11%.
O balanço mostra que outros itens pesaram sobre o resultado no trimestre. O efeito ? sem consequência no caixa ? de energia do leilão da qual participou em 2014, com valor marcado a mercado, gerou R$ 212 milhões em perdas e as provisões para não recuperabilidade de ativos em aços longos levou mais R$ 130 milhões.
Em março, a dívida líquida da Votorantim terminou em R$ 15,83 bilhões, 8% a mais do que em dezembro, última marcação. Já a alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda subiu pelo terceiro trimestre consecutivo, fechando em 3,9 vezes.
Com um investimento 12% menor no primeiro trimestre do que nos mesmos três meses de 2016, ficando em R$ 570 milhões, mas elevando em 65,2% o capital de giro, para R$ 702 milhões, e com despesas financeiras maiores, o grupo queimou R$ 1,18 bilhão em caixa no período, mostra seu fluxo de caixa livre. No ano passado, com vendas de ativos, a cifra foi negativa em apenas R$ 100 milhões.
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