Aliado de Temer diz que não haveria "absurdo" em investigar Fachin
Vice-líder do PMDB na Câmara, o deputado Carlos Marun (MS) defendeu nesta segunda-feira que não ocorreu investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra o ministro Edson Fachin, relator da operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mas que, se tivesse existido, seria legal, com base na lei do Sistema Brasileiro de Inteligência.
"Não está havendo investigação e, se estivesse, não vejo aí nenhum absurdo", afirmou. "O artigo 4º, inciso terceiro, diz que está entre as atribuições da Abin avaliar as ameaças, internas e externas, à ordem constitucional. Não deixo de ver nas atribuições da Abin a possibilidade de avaliações sobre isso [relação de Fachin com a JBS]", disse o pemedebista.
Reportagem da revista "Veja" deste fim de semana afirma que o presidente Michel Temer determinou à Abin que investigue as relações de Fachin com a JBS - o ministro foi acompanhado de diretor de relações institucionais da empresa, Ricardo Saud, em reuniões com senadores para conseguir apoio à sua nomeação para o STF. Fachin foi o responsável por homologar a delação premiada dos executivos da empresa, que ficaram livres de prisão.
O Rede informou que coletará assinaturas para uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar a acusação de uso da Abin para "intimidar" o ministro. A oposição se reúne nesta segunda para discutir a estratégia de obtenção de apoio para estava investigação, mas é necessário apoio de pelo menos parte da base para apresentar o requerimento de CPI.
Para Marun, qualquer denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Temer com base nas delações da JBS será sumariamente rejeitada pela Câmara por ser "frágil" e não contar com apoio popular. "A população não está caindo nesse golpe. A conspiração asquerosa [contra Temer] fracassou", disse.
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