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Latam muda política tarifária e começa a vender alimentos a bordo

13/06/2017 11h22

(Atualizada às 11h39) A Latam Brasil, segunda maior companhia doméstica brasileira, apresentou nesta terça-feira (13) o novo modelo de serviços a bordo: a aérea começa a adotar a venda de alimentos e bebidas, além de tarifas diferenciadas para passageiros que embarcam com e sem bagagem.


"Entramos em um mundo em que a passagem aérea é modular. O passageiro define o modelo de viagem que deseja", disse o presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, em entrevista coletiva em que a companhia apresentou o cardápio de produtos que serão oferecidos nos voos e a política tarifária.


Com relação à política tarifária, a Latam Brasil vai cobrar a partir de R$ 30 para a bagagem despachada em duas das quatro classes de tarifa - na Promo e na Light. Nas classes Plus e Top, a primeira mala despachada será gratuita.


A companhia também vai cobrar em alguma data a ser definida a reserva de assento nas classe mais baratas de tarifa, a Promo e a Light. Da mesma forma, nessas duas classes mais populares de tarifa, o passageiro não poderá ter o reembolso da passagem adquirida.


"Poderemos ser bem mais agressivos na política de preços nessas duas tarifas [as mais baratas Promo e Light]", disse o Cadier.


Já o novo modelo de serviço à bordo, que será chamado Mercado Latam, começa a ser implementado ao longo das próximas três semanas nos voos domésticos. Os meios de pagamento serão por meio de cartões ou dinheiro.


Cadier disse que a flexibilização da política tarifária permite a implementação de maior diversidade de opções de pacotes de passagens, fatores necessários para que o mercado brasileiro possa ampliar a taxa de penetração do transporte aéreo no país. O Brasil apresenta média de 0,5 viagem aérea por habitante, contra 0,95 no Chile, 2,5 nos Estados Unidos e 3 no Reino Unido.


"Nosso objetivo é ampliar em 50% os passageiros que transportamos até 2020, com uma redução da tarifa média em 20% nesse período", disse o presidente da Latam Brasil. "A implementação será gradual para que as mudanças sejam entendidas pelos passageiros", disse o executivo.


Cadier não adiantou de forma detalhada quais os impactos nos custos e nas receitas da companhia da implementação do novo modelo de tarifas e de serviços de bordo. "No serviço de bordo, esperamos um impacto neutro. Teremos um custo [unitário] maior para implementar o serviço, mas teremos uma receita proporcional para atender a demanda. Nas tarifas, esperamos mais receitas auxiliares. Teremos mais passageiros, mais gente voando", disse o executivo.


Disputa


Cadier disse que haverá maior competitividade ante a concorrência das companhias de desconto, as "low costs", assim como a defesa da participação de mercado no país.


"Esse modelo nos dá mais força para concorrer com as 'low costs', especialmente em países onde essas empresas estão atuando", afirmou.


Nos mercados domésticos do Chile, Colômbia e Argentina empresas de baixo custo lançaram operações. São os casos da chilena Sky, da Viva Colômbia e da argentina Andes.


No Brasil, o modelo de "low cost" ainda não emplacou como nos países vizinhos, mas a Latam perdeu mercado nos últimos anos, em um processo em que cortou capacidade para ajustar a oferta à menor demanda.


A participação da Latam Brasil no tráfego doméstico brasileiro recuou de 38%, no fim de 2014, para 32%, no primeiro trimestre de 2017. Nesse mesmo período, a Gol elevou sua fatia de 36% para 36,6%, a Azul ganhou quase dois pontos percentuais e chegou a 18%, enquanto a Avianca avançou de 8,4% para 12,5%.