Dólar fecha longe das mínimas com exterior e incertezas políticas
O dólar fechou perto da estabilidade frente ao real nesta quarta-feira, abandonando a tentativa de correção ensaiada no começo do dia. Mesmo sem repetir o salto de mais de 1% da véspera, o movimento intradiário mostra que a moeda passou a ganhar força já na segunda hora de negócios, conforme o mercado não viu motivos para alívio mais intenso nas cotações.
O dólar negociado no mercado interbancário teve variação negativa de 0,02%, a R$ 3,3314. Ontem, a moeda tinha subido 1,32%, alta mais forte desde o salto de mais de 8% do dia 18 de maio.
Fora das mínimas
A questão política segue como principal "driver" para o câmbio, mas desta vez o exterior também passou a pesar sobre moedas emergentes em geral. Lá fora, o tombo nos preços do petróleo reaviva temores quanto ao crescimento econômico global, num momento em que os Estados Unidos dão indicações de que caminham para apertar mais sua política monetária, o que gera potencial de saída de capital de mercados emergentes.
O fluxo mais fraco, aliás, tem sido bastante citado por profissionais da área de câmbio como fator a deixar o real mais vulnerável. Números do Banco Central revelaram nesta quarta que o Brasil sofreu na semana passada a maior saída líquida de moeda estrangeira desde dezembro passado. Os fluxos comerciais, importante suporte ao real nos últimos meses, seguem em diminuição, enquanto as operações financeiras aprofundam o déficit.
Um bom termômetro disso é a taxa do casado - espécie de FRA de cupom cambial de curtíssimo prazo. A taxa do casado - uma "proxy" da liquidez no mercado cambial - tem operado em torno de 2,5% ao ano nos últimos dias. Nesse patamar, está muito acima da taxa de 1,5% verificada nos dias seguintes às denúncias do empresário Joesley Batista contra o presidente Michel Temer.
O que impediu uma alta mais acentuada do casado nesse período foi entrada de capital derivada da "caça a pechinchas" de estrangeiros no mercado local. No entanto, o que se verifica nas últimas semanas é que esse movimento perdeu força e está a caminho de ser revertido, em meio às crescentes incertezas para a aprovação das reformas.
Com a liquidez mais apertada, entra em cena a possibilidade de o Banco Central voltar a ofertar linhas de dólares nos próximos dias. Em 5 de julho, vence um total de US$ 1,2 bilhão nessa modalidade de empréstimo.
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