Juro futuro curto cai, com chance de ritmo de corte da Selic se manter
Na véspera do IPCA-15 de junho, as taxas de juros de curto prazo voltaram a cair, após investidores interpretarem que o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, deu menos ênfase à probabilidade de diminuição do ritmo de corte da Selic em julho.
O Citi Brasil considera que o RTI tornou sua estimativa de corte de 1 ponto percentual no próximo mês "mais confortável". O Safra ainda vê mais chance de redução de 0,75 ponto, mas calcula 40% de probabilidade de declínio de 1 ponto. Na mesma linha, o BNP Paribas, cujo cenário-base contempla corte de 0,75 ponto, não descarta redução mais intensa. E o BTG Pactual - que também trabalha com corte de 0,75 ponto - admite "chance considerável" de redução de 1 ponto, diferentemente do cenário traçado a partir do comunicado da última decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária (Copom).
O ponto principal citado por analistas foi um parágrafo no qual o BC destaca as condicionalidades para uma redução "moderada" do ritmo de flexibilização monetária."Em função do cenário básico e do balanço de riscos avaliados em sua última reunião, o Copom entendeu que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária em relação ao ritmo adotado naquela ocasião deveria se mostrar adequada em sua próxima reunião, em julho", trouxe o RTI.
Ao mesmo tempo, o Banco Central reiterou no relatório que o ritmo de queda dos juros "continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação".
E, se depender das projeções do mercado, o BC terá espaço para reduzir ainda mais a Selic. Grandes casas trabalham com taxas de inflação e PIB bem mais baixas que as do BC. Com um cenário de câmbio relativamente comportado, uma Selic abaixo de 8,5% até 2018 - taxa prevista pelo Focus - não estaria mais aquém do que seria considerado juro nominal de equilíbrio.
Ao fim do pregão regular, às 16h, o DI janeiro/2018 caía a 8,980% (9,015% no ajuste anterior).O DI janeiro/2019 cedia a 8,980% (9,020% no último ajuste).
Entre as taxas a partir de 2021, prevaleceu viés de alta, uma vez que essa faixa é mais sensível à percepção de risco estrutural para a economia - afetada sobretudo por incertezas políticas.O DI janeiro/2021 subia a 10,160% (10,140% no ajuste de ontem). E o DI janeiro/2023 avançava para 10,640% (10,590% no ajuste anterior).
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