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Desemprego atinge quase 20% na Grande São Paulo, aponta Seade

28/06/2017 14h03

A taxa de desemprego apurada na região metropolitana de São Paulo subiu de 19,6% em abril, para 19,8% em maio, de acordo com a Fundação Seade. Em maio do ano passado, a taxa era de 17,6%.


No ABC, região que possui 13% da população com idade de trabalhar na Grande SP, o desemprego caiu de forma expressiva, de 18,4% para 16,4%, com a taxa ficando abaixo da registrada no ano passado, de 17%. É a subregião com a menor na área. Esse recuo, contudo, foi puxado por uma forte saída de pessoas do mercado de trabalho.


No mês passado, o contingente de desempregados aumentou em 31 mil pessoas na região metropolitana de São Paulo, para 2,119 milhões. Essa alta é resultado da entrada de 42 mil pessoas no mercado em busca de trabalho, na chamada população economicamente ativa (PEA). Apenas 11 mil encontraram uma vaga. Com isso, o contingente de ocupados na região totalizou 9,15 milhões de pessoas.


Houve aumento de emprego na indústria de transformação, com a geração de 38 mil vagas em maio (+2,9%) e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (mais 11 mil, ou 0,7%). Os serviços eliminaram 39 mil postos de trabalho (-0,7%) e a construção demitiu 17 mil (-2,8%).


Na comparação com maio do ano passado, o contingente de desempregados na Grande São Paulo aumentou em 142 mil, por causa de 105 mil demissões e mais 37 mil pessoas em busca de uma ocupação.


Já no chamado Grande ABC (Diadema, Mauá, Ribeirão Pires, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano), a queda na taxa de desemprego resultou da saída de 30 mil pessoas da força de trabalho em relação a abril. Outras 3 mil pessoas encontraram trabalho. Isso diminuiu o número de desempregados de 266 mil para 233 mil de abril para maio. Na mesma época do ano passado, o contingente de pessoas sem trabalho no ABC era de 243 mil.


Em outras regiões, como a Leste, formada por Guarulhos e Mogi das Cruzes, por exemplo, a taxa aumentou de 19,9% para 21,8%. Na Oeste (onde estão cidades como Osasco e Barueri), saltou de 15,4% para 19,9%. O assessor da diretoria adjunta de análise e disseminação de informações da Seade, Alexandre Loloian, pondera que os dados de subregiões como a Oeste são muito voláteis, por causa do tamanho da amostra e podem apresentar variações fortes para cima e para baixo de um mês para outro.


Quanto ao ABC, ele afirma que desde março a Seade não tem mais dados desagregos dos setores da região e, por isso, é difícil dizer quais deles criaram as 3 mil vagas ali em maio. Mas ele pondera que o emprego na indústria de transformação tem tido certa recuperação na Grande São Paulo e o ABC representa uma parte relevante dessa indústria.


Na Grande SP, o número de empregados na indústria subiu de 1,264 milhão em fevereiro - mês chamado de "fundo do poço" por Loloian-para 1,354 milhão em maio. "A indústria vem vindo bem, talvez como resultado das exportações, mas a base de comparação é muito baixa, ainda não podemos dizer que está havendo de fato recuperação de emprego no setor", diz. Segundo ele, em maio, o emprego industrial da região representava 77,5% do que era em 2011. Em fevereiro, essa proporção era de 72,5%.


Renda


Entre março e abril de 2017, aumentaram os rendimentos médios reais dos ocupados (1,1%) e de assalariados (1,9%) na Grande São Paulo, passando a equivaler a R$ 1.948 e R$ 2.027, respectivamente, segundo a Fundação Seade.


Também cresceram as massas de rendimentos dos ocupados (1,2%) e dos assalariados (2,2%), em ambos casos, em decorrência do acréscimo nos rendimentos médios reais e, em menor proporção, do nível de ocupação.


Na pesquisa da Seade, os dados de renda são sempre do mês anterior ao de referência da pesquisa.