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Funcionários da Eletrobras avaliam hoje continuidade da paralisação

28/06/2017 08h25

Funcionários da Eletrobras realizarão nesta quarta-feira (28), às 10h, assembleia de avaliação para determinar a continuidade ou o encerramento da greve iniciada na madrugada de hoje e prevista inicialmente para terminar na noite de amanhã, quinta-feira (29).


Estão incluídas na paralisação todas as áreas das empresas do grupo Eletrobras, com exceção dos setores de operação e manutenção.


Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro (Sintergia/RJ), Emanuel Torres, a paralisação de 48 horas é pela reestruturação do sistema Eletrobras sem quebra do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e por uma proposta de pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), já que a empresa registrou lucro em 2016 e pagará dividendos.


"Não estamos dizendo que somos contra a reestruturação. Mas a proposta de reestruturação precisa ser discutida com o sindicato", disse Torres.


A assembleia de avaliação de hoje foi marcada porque no fim da tarde de ontem estava prevista uma reunião entre os diretores sindicais e o diretor financeiro e de relação com investidores da estatal, Armando Casado, e o chefe de gabinete da presidência da empresa, Alberto Jardim. O resultado desse encontro será apresentado na assembleia hoje, quando será deliberado se a paralisação será interrompida ou continuará até a noite de quinta-feira.


Torres acrescentou que a paralisação também é em repúdio às recentes declarações do presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr. Em coletiva de imprensa, na última segunda-feira (26), o executivo pediu novamente desculpas aos funcionários da Eletrobras e disse ter exagerado quando chamou parte dos empregados da estatal de "vagabundos" por, segundo ele, ganharem salários altos para não trabalharem.


"São 40% da Eletrobras, 40% de cara que é inútil, não serve para nada. Está aqui ganhando gratificação, usando telefone, uma vaga de garagem, uma secretária. Esse tipo de coisa, vocês me perdoem, mas a sociedade não pode pagar por vagabundo. Em particular no serviço público", disse o executivo, em reunião gravada por presentes.


"Quando ouvi a fita, achei que de fato exagerei. Eu estava errado. Pessoas não são vagabundas", disse Ferreira Jr., na coletiva. "É óbvio que a generalização que fiz é equivocada e por isso me desculpei", afirmou.


Além da paralisação de 48 horas, a categoria dos eletricitários já aprovou a adesão à greve geral na próxima sexta-feira (30), contra as reformas da previdência e trabalhista e o governo de Michel Temer.


(Colaborou Cláudia Schüffner)