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Investidor aguarda por reforma trabalhista e Ibovespa tem leve alta

28/06/2017 17h31

O dia foi marcado pela expectativa dos investidores com a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A avaliação é de que a não aprovação da reforma será um balde de água fria para o governo do presidente Michel Temer. O Ibovespa registrou volatilidade durante a manhã, mas consolidou a trajetória positiva durante a tarde. O índice encerrou o dia com alta de 0,56% aos 62.018 pontos e com giro financeiro de R$ 4,6 bilhões.


Para Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commor DTVM, se a reforma trabalhista não for aprovada, aumenta a percepção de que o presidente Temer não conseguirá aprovar a reforma da Previdência, considerada muito mais complexa. Outra notícia negativa para o governo hoje foi a saída do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) da liderança do partido no Senado. Em guerra aberta contra o presidente, Renan defendeu, ontem, a saída de Temer do cargo e disse que o presidente não tem credibilidade nenhuma.


Essas incertezas políticas recentes têm levado as equipes de estrategistas a reverem suas carteiras. O time do Itaú BBA, liderado por Lucas Tambellini, fez ajustes finos na sua carteira de ações defensivas. Saíram Embraer e Hypermarcas e entraram Petrobras e Pão de Açúcar. Em relatório distribuído a clientes, Tambellini escreve que a pauta de reformas estruturais permanece incerta, o que leva a atualização do Ibovespa para 62.300 pontos até o final do ano. A carteira defensiva do banco tem ações do Bradesco, Energias do Brasil, Minerva, Pão de Açúcar, Petrobras, Sabesp, Suzano Papel e Celulose, Telefônica Brasil, Ultrapar e Vale.


A equipe de estrategistas do BTG Pactual, liderada por Carlos Sequeira, também reviu a carteira de ações e diminuiu a exposição em papéis da Equatorial, Klabin e BR Foods. Em relatório distribuído a clientes, os estrategistas consideram que teve início no país um longo período de incerteza política, com implicações para o crescimento econômico. "A aprovação da reforma da previdência, no formato atual, é um desafio extremamente difícil", escreveram.


Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis das companhias siderúrgicas, que acompanharam a valorização do preço do minério de ferro no mercado internacional. A tonelada subiu 4,4% para US$ 62,33 a tonelada, em Qingdao, na China. As ações da Gerdau Metalúrgica subiram 6,44%, os papéis da Cemig tiveram alta de 4,68%, as ações ordinárias da Vale subiram 3,12% e os papéis PNA da mineradora tiveram alta de 2,02%.


"As ações da Vale foram um dos papéis mais resilientes durante a crise", diz Leandro Martins, analista-chefe da corretora Nova Futura. Enquanto o Ibovespa acumula alta de 2,97% no ano, os papéis PNA da mineradora sobem 17,99% e as ações ordinárias ganham 15,27%. A maior parte da receita da Vale vem do exterior e se beneficia do aumento do preço do minério de ferro e da demanda chinesa.


As ações ordinárias da Kroton subiram 5,67% e os papéis da Estácio recuaram 0,68%. O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) deve concluir hoje o julgamento sobre a fusão das duas empresas. A expectativa é de que o órgão não aprove o negócio.


Os papéis do sistema financeiro, que chegaram a cair durante a manhã, fecharam em alta. A maior valorização ficou com as ações do Banco do Brasil, que subiram 1,11%. No começo do dia, o Banco Central (BC) informou que a inadimplência nas operações de empréstimo e financiamento subiu 0,1 ponto em maio, para 4%. Houve a redução de 1,1 ponto no spread médio das transações, para 21,2 pontos percentuais.