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Ajuste técnico faz Ibovespa descolar do exterior e registrar alta

29/06/2017 17h49

Ajustes técnicos e a véspera do fim do semestre fizeram com que o Ibovespa se descolasse do mau humor dos mercados internacionais. O índice encerrou o pregão com alta de 0,36% aos 62.239 pontos e giro financeiro de R$ 6,09 bilhões.


Além disso, a aprovação da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, ontem, deu fôlego extra para o índice. "A aprovação já era esperada, mas trouxe mais alívio aos investidores de que o governo pode conseguir dar continuidade às reformas", diz Ari Santos, gerente de mesa Bovespa da H.Commor DTVM.


Hoje, as bolsas europeias fecharam em baixa com a possibilidade de que o Banco Central Europeu (BCE) reduza o enorme estímulo monetário à medida que a economia da zona do Euro se recupera - ainda que de forma gradual. Já as bolsas americanas caíram em m movimento de realização de lucros, com a venda de ações de tecnologia. As ações dos bancos foram impulsionadas pela decisão do Fed, banco central dos Estados Unidos, de autorizar os planos de retorno de capital aos acionistas de alguns grandes bancos, depois da segunda etapa do teste anual de estresse.


No mercado local, a véspera do fim do semestre fez com que fundos de investimentos revissem as posições para aumentar a rentabilidade das carteiras. Entre as ações mais negociadas, o destaque ficou com os papéis da Kroton, que subiram 2,40% para R$ 14,50, com o maior volume de negócios do Ibovespa, de R$ 658,3 milhões. A segunda ação mais negociada foi a preferencial da classe A da Vale, que subiu 0,49% e movimentou R$ 481,4 milhões.


Ontem, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) rejeitou a fusão entre a Estácio e a Kroton por cinco votou a um. As ações da Estácio caíram 2,04%. De acordo com operadores, o aumento dos negócios com ações da Kroton é um ajuste técnico de posições, algumas casas estavam vendidas no papel porque acreditavam que o negócio não seria aprovado pelo Cade, o que deu início a um movimento de "short squeeze", compra de ações para cobrir posições vendidas. Os maiores compradores e vendedores do papel são as corretoras estrangeiras. "Alguns fundos estrangeiros estariam aumentando as posições porque acreditam que a não aprovação do Cade não é o fim do jogo para a Kroton", diz um operador.


Em nota distribuída a clientes, a corretora Bradesco informa que a Estácio continua sendo um alvo para outros players de educação e os investidores de private equity. Sem aprovação da fusão, a corretora manteve o preço-alvo do papel da Kroton em R$ 16 e manteve a recomendação neutra. Para a Estácio, o novo preço-alvo é de R$ 20 - antes era R$ 20,50 - e a recomendação é de compra.


A maior alta do dia ficou com as ações da Fibria, que subiram 3,84%, depois que a empresa anunciou mais um aumento de preços da celulose de US$ 20 por tonelada na Europa e América do Norte, em julho. A segunda maior alta do dia foi a JBS, com ganho de 2,44%, em um movimento de ajuste de preços.


As ações da Vale subiram acompanhando a alta do preço do minério de ferro, de 3,8% em Qingdao, na China, para US$ 64,71 a tonelada. Os papéis PNA da mineradora subiram 0,52% e os papéis ordinários tinham ganho de 0,49%.


As ações da Petrobras também subiram seguindo a valorização do preço do petróleo no mercado internacional. As ações ordinárias subiram 1,01% e os papéis preferenciais tinham ganho de 0,99%.