Dólar fecha junho com maior alta mensal desde eleição americana
O dólar teve leve alta nesta sexta-feira, mas caiu na semana. Ainda assim, fechou junho com a maior alta mensal desde novembro passado, após a eleição americana. O semestre termina negativo para o real, que contabiliza o segundo pior desempenho global no período, resultado da súbita mudança de cenário ocorrida em maio, após as delações da JBS contra o presidente Michel Temer.
Além dos temas domésticos, uma preocupação que começa a rondar o mercado é a possibilidade de retirada de estímulos pelos principais bancos centrais.
O BofA Merrill Lynch classifica o Brasil como o terceiro mercado mais vulnerável entre os grandes emergentes - melhor apenas que África do Sul e Turquia. O grau de suscetibilidade foi medido levando em conta o cenário em que os BCs do mundo desenvolvido começam a dar sinais mais "hawkish".
O BofA segue "neutro" na moeda brasileira, apesar da dinâmica "favorável" da conta corrente e da "considerável" atuação do Banco Central no câmbio. O banco americano nota "renovada" demanda por dólares da parte de investidores locais e estrangeiros, que buscam proteger posições diante dos "ruídos" políticos internos.
No curto prazo, o BofA diz que os estrangeiros estão mais "construtivos", enquanto os locais se mostram "mais preocupados". "Acreditamos que ficar comprado em dólar é a melhor forma de expressar visões negativas. E estar vendido em taxas de juros de médio e curto prazo é o modo mais eficiente de operar posições otimistas", afirma o BofA em relatório.
O banco projeta que o dólar subirá a R$ 3,35 até setembro, fechando o ano em R$ 3,40. Ao fim de 2018, a cotação estará em R$ 3,60.
O dólar comercial fechou esta sexta-feira em R$ 3,3145, alta de 0,23% sobre ontem. Na semana, a cotação recuou 0,72%.
Em junho, no entanto, a moeda ganhou 2,41% - maior alta desde o salto de 6,23% de novembro de 2016, quando os mercados estiveram sob efeito do resultado da eleição presidencial americana.
Para meses de junho, a valorização é a primeira e mais intensa desde 2013 (4,15%) - período em que investidores foram assombrados pela sinalização de corte de estímulos pelo Federal Reserve (Fed, BC americano).
No acumulado do primeiro semestre de 2017, o dólar avançou 1,97%. Isso faz do real a moeda com o segundo pior desempenho global, melhor apenas que o peso argentino, que cai 4,53% ante o dólar no mesmo intervalo.
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