Juros futuros curtos interrompem queda antes do Copom
Os juros mais correlacionados à política monetária ao longo de 2018 tiveram viés de alta nesta sexta-feira, dando uma pausa após dias consecutivos de queda. A tomada de fôlego do dólar, que sobe após dez sessões seguidas perdendo valor, contribuiu para o movimento. Ao fim do pregão regular, o DI janeiro/2018 mostrava estabilidade, a 8,525%. O DI janeiro/2019 subia a 8,390% (8,340% no último ajuste).
Entre os contratos que refletem apostas para as próximas duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), porém, o DI outubro/2017 caía a 9,017% (9,034% no último ajuste).
O mercado vai para a próxima semana apostando em corte de 1 ponto percentual da Selic. Em relatório divulgado nesta sexta-feira, o Itaú Unibanco disse esperar redução nessa magnitude. O banco prevê que o Copom indique que a "extensão do ciclo monetário e o ritmo de flexibilização dependerão das projeções e expectativas de inflação, da evolução dos dados de atividade econômica e de fatores de riscos associados ao cenário - inclusive fatores não econômicos".
O Itaú revisou o cenário para a taxa Selic ao fim do ciclo e agora estima um juro básico de 7% até o primeiro trimestre de 2018. Em dezembro deste ano, a Selic estará em 7,5%, aponta.
Entre as taxas de longo prazo, o viés de queda prevaleceu, diante da expectativa de algum alívio do lado fiscal justamente após o aumento de tributos, aponta.Medidas de risco de médio e longo prazos tiveram baixa e retornaram a mínimas não vistas em cerca de um mês. Na prática, isso revela um mercado que reduz os prêmios de risco para aplicações no longo prazo - que mais reagem, neste caso, às expectativas para as contas públicas.
A diferença entre os DIs janeiro/2023 e janeiro/2019 caiu 5 pontos-base, maior baixa em uma semana. Os 155 pontos-base, porém, ainda estão bem acima de patamares verificados no dia 17 de maio (em torno de 100 pontos-base), antes da delação da JBS.
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