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Corte de juros garante alta apenas moderada do Ibovespa

27/07/2017 17h47

A expectativa de que o Banco Central (BC) possa reduzir os juros básicos da economia para à taxa mínima histórica, de 7,25% ao ano, animou os investidores de ações logo pela manhã, mas o efeito foi desfeito ao longo do pregão. O Ibovespa chegou a subir 1,06%, mas, em um dia de fraco giro financeiro, o ganho foi reduzido quando as bolsas americanas passaram a cair.


No fim do pregão, o Ibovespa marcou leve alta de 0,41% aos 65.277 pontos, sustentado pela valorização das empresas ligadas ao consumo e as que tiveram bons resultados financeiros no segundo trimestre do ano. O giro financeiro do Ibovespa ficou em R$ 4,7 bilhões, um volume abaixo da média diária do ano, que é de R$ 6,1 bilhões.


As bolsas americanas, que chegaram a bater recordes históricos de alta durante o dia, inverteram o movimento com o recuo das ações de tecnologia. O S&P fechou em baixa de 0,10%, o Nasdaq recuou 0,63% e o Dow Jones teve leve alta de 0,39%. "Como as operações da bolsa brasileira estão concentradas no giro diário, quando o mercado americano passou a cair deu início a um movimento de realização de lucros", diz um operador.


Entre as ações mais negociadas, os destaques de alta ficaram com os papéis da Natura, que subiram 6,11%, os da JBS, que tiveram alta de 5,76%, e da Sabesp, com ganho de 2,74%.


A JBS fez um acordo de refinanciamento com bancos credores e a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), na quarta-feira, retirou o rating da empresa da observação negativa. Apesar da alta, os papéis da empresa não voltaram aos preços do dia 17 de maio, início da crise política. Naquela ocasião, a ação valia R$ 9,50 e hoje estava cotada a R$ 7,90. As ações da Natura subiram depois que a empresa informou que o lucro líquido do segundo trimestre cresceu 79,8% para R$ 163,5 milhões na comparação com o mesmo período do ano passado.


A queda dos juros favorece as ações das construtoras, das empresas de shopping centers e das companhias mais alavancadas com dívidas em moeda local. Não é possível mensurar exatamente o impacto da redução dos juros sobre o preço dos papéis, mas algumas ações claramente têm se beneficiado deste movimento. Os papéis da construtora Cyrela já subiram 19,74% neste ano e as ações das Lojas Renner tiveram alta de 41,08% desde janeiro.


Além da Natura, outras empresas que fazem parte do Ibovespa divulgaram hoje os resultados financeiros do segundo trimestre. A Ambev informou que o lucro líquido de abril a junho caiu 1,06% para R$ 2,013 bilhões e as ações da empresa fecharam com alta de 1,49%.


O Bradesco teve lucro líquido contábil de R$ 3,911 bilhões, com queda de 5,4%, em relação ao mesmo período do ano anterior. A inadimplência caiu, mas a concessão de crédito ficou mais baixa do que o esperado. Os papéis preferenciais do banco recuaram 0,05% e as ações ordinárias caíram 1,01%. As demais ações do sistema financeiro também fecharam em baixa, com exceção do Santander, que subiu 0,54%. O banco divulga o resultado financeiro do segundo trimestre amanhã.


No setor de commodities, as ações PNA da Vale recuaram 0,47% e os papéis ordinários tiveram leve alta de 0,13%. A empresa divulgou que teve lucro de R$ 60 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 98,3% em relação ao segundo trimestre do ano passado. O resultado foi influenciado pela variação cambial. A taxa média de câmbio no segundo trimestre ficou 8,3% menor do que a registrada no mesmo período do ano anterior. Entretanto, o resultado operacional foi considerado positivo, segundo observam os jornalistas Rafael Rosas e Alessandra Saraiva, o que ajudou a limitar o impacto negativo sobre os papéis.


As ações da Petrobras fecharam em alta, seguindo a valorização do preço do petróleo do mercado externo. As ações PN da estatal subiram 0,15% e os papéis ON ganharam 0,52%. Os contratos futuros de petróleo WTI tiveram alta de 0,80% a US$ 49,14.