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Ibovespa sobe com ajuda da Vale e dólar é negociado na casa de R$ 3,12

31/07/2017 13h44

O Ibovespa até ensaiou um dia mais positivo no início desta segunda-feira, movido principalmente pelos ganhos dos papéis ligados a commodities. Mas o brilho do índice, que chegou a testar os 66 mil pontos no melhor momento do dia, foi diminuindo até que a valorização era de 0,43% às 13h30, aos 65.703 pontos.


O que impulsionou o mercado no começo do pregão foi a valorização de 7% do minério de ferro, em resposta a dados da China, considerados positivos. A alta dessa matéria-prima influenciou as ações de mineradoras ao redor do mundo e, com a Vale, não foi diferente. As ações da empresa atingiram hoje o maior nível intradia desde meados de março e figuraram, durante boa parte da sessão, como as maiores altas do índice. Vale PNA subia 2,89% e Vale ON tinha elevação de 2,90%.


Ao longo da manhã, no entanto, os ganhos da Vale foram contidos por dois elementos: a valorização do câmbio, que diminui o efeito positivo da alta do minério sobre as receitas da empresa; e a percepção geral de que o movimento do minério no mundo está longe de ser sustentável.


O principal evento da semana, que reforça esse clima mais cauteloso, é a votação, na quarta-feira, da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer pela Câmara. O mercado, de um modo geral, trabalha hoje com maior probabilidade de que a denúncia seja rejeitada. Mas o placar dessa decisão, dizem analistas, pode ajudar a medir a força de Temer junto ao Congresso, elemento, portanto, que pode influenciar o humor geral.


Câmbio


O câmbio brasileiro destoa de boa parte dos emergentes nesta segunda-feira. O dólar opera em baixa ante o real, ao nível de R$ 3,12. Por mais que a variação seja moderada, é suficiente para diferenciar a moeda local dentre as perdas dos principais pares. O movimento é beneficiado pela expectativa de entrada de recursos no país por causa da participação de estrangeiros na mais recente rodada de ofertas públicas iniciais de ações.


O impacto desses fatores no câmbio é acentuado por questões técnicas de fim de mês. No início da tarde, é formada a taxa Ptax de referência para liquidação de derivativos cambiais e há disputa entre diferentes 'players' para conseguir resultados melhores em suas operações.


Por volta das 13h35, o dólar comercial recuava 0,16%, a R$ 3,1287. Na mínima, a divisa ficou em R$ 3,1231, menor nível desde a sessão do dia 21, quando marcou R$ 3,1116. A queda do dólar no Brasil contrasta com o avanço da moeda ante divisas commodities e emergentes (peso mexicano, rublo russo e lira turca).


O contrato futuro para setembro - o mais negociado a partir de hoje - estava estável, a R$ 3,15.


As atenções dos agentes financeiros se voltam nesta semana para a votação da denúncia contra Michel Temer na Câmara dos Deputados. O recesso dos parlamentares se aproxima do fim e, na quarta-feira, está prevista a apreciação da denúncia por corrupção passiva contra Temer. A leitura de boa parte do mercado é de que o pemedebista deve sair vitorioso da votação.


Existe a incerteza, entretanto, se haverá quórum para apreciar a matéria nesta semana.


No exterior, aguarda-se ainda o relatório de empregos dos Estados Unidos na sexta-feira. O documento deve contribuir para o debate em torno do aperto monetário americano. Por ora, o mercado internacional precifica chance inferior a 50% de novo aumento de juros neste ano, em meio a sinais de inflação ainda fraca no país.


Juros


O mercado de renda fixa aguarda a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) para direcionar as apostas em torno da trajetória da Selic. O documento deve reiterar a mensagem de que há espaço para flexibilização monetária. Por outro lado, não se espera um discurso que justificaria ritmo mais agressivo de corte da taxa. Com isso, os juros futuros operam próximos da estabilidade nesta segunda-feira.


Nos últimos dias, aumentaram as apostas de corte de 1 ponto percentual da Selic no próximo encontro do colegiado, em setembro. Ao mesmo tempo, muitas instituições calibraram para baixo as estimativas para a taxa no fim do ano.


O boletim Focus, por exemplo, mostrou estimativas mais baixas para a Selic em 2018. A projeção da taxa no fim do ano que vem caiu a 7,75%, de 8% na semana anterior, enquanto foi mantida no patamar de 8% no encerramento de 2017. O IPCA esperado para 2017 saiu de alta de 3,33% para 3,40% e seguiu em 4,20% de aumento no período seguinte. Ambos os números continuam abaixo da meta de 4,50%.


Às 13h38, o DI janeiro/2018 cedia a 8,250%, ante 8,265% no ajuste anterior, e o DI janeiro/2019 marca 8,080%, estável na mesma base de comparação.


O DI janeiro/2021, por sua vez, recua a 9,290%, de 9,320%.