Real amarga 2º pior desempenho na semana com exterior e meta fiscal
O dólar voltou a subir de forma expressiva frente ao real, impulsionado pela forte aversão a risco no ambiente externo e por mais ruídos em torno da situação fiscal do Brasil.
No fechamento das operações interbancárias, o dólar avançou 0,74%, a R$ 3,1754. É a maior alta percentual desde 20 de junho (1,32%) e o maior nível desde 17 de julho (R$ 3,1813).
Nesta semana, o real perde 0,74%, segundo pior desempenho global e melhor apenas que o dólar neozelandês (-1,10%).
Ao longo de toda a sessão doméstica, o mercado operou em cima da expectativa pela divulgação da nova meta de déficit primário para este ano e o próximo. Mas os jornalistas Fábio Graner e Andrea Jubé relatam nesta tarde que o anúncio não deverá ser feito ainda nesta quinta-feira, com indicativo de que ocorra apenas na semana que vem. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento confirmaram a retomada do debate sobre as metas para segunda-feira.
No mercado, já há perspectiva de que as metas sejam revisadas para pior, diante da frustração com a arrecadação em meio à lenta retomada da economia. Porém, a ausência de novos números e, sobretudo, a falta de confirmação sobre que medidas paralelas viriam para contrabalançar o efeito negativo de piora das metas geram mais ansiedade entre investidores, num momento em que a aprovação da reforma da Previdência antes de 2018 segue sob xeque.
"Todo mundo sabe que a meta não será cumprida. A questão é que 'historinha' o governo vai contar. E se vai convencer", diz o profissional de uma gestora, destacando a pressa do mercado em saber quais contrapartidas serão anunciadas para minimizar o impacto de uma piora da meta fiscal.
A alta do dólar, porém, já tem atraído vendas, segundo o gerente de câmbio de uma corretora em São Paulo. "Mas o fato é que o dólar estava operando [em patamar] muito barato. Isso explica por que o real está pior hoje", diz.
No exterior, o dólar ganhava terreno frente ao peso mexicano (0,23%), à lira turca (0,12%) e ao rand sul-africano (0,10%). Iene (0,62%) e franco suíço (0,11%), tradicionais portos seguros, tinham mais um dia de valorização. Ambas as divisas sobem mais de 1% na semana, figurando entre os quatro melhores desempenhos no período.
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