Real tem semana mais fraca desde delação da JBS, em maio
Numa sexta-feira de volatilidade, o dólar chegou ao fim do pregão zerando todas as perdas registradas horas antes. No fechamento, a moeda americana ficou perto da estabilidade, a R$ 3,1750, com variação negativa de apenas 0,01%. Na mínima, chegou a cair 0,63%, para R$ 3,1555. E na máxima, foi a R$ 3,1807, pico intradia desde 17 de julho (R$ 3,1872).
Na semana, a cotação subiu 1,57%. Com isso, não só quebrou uma sequência de cinco semanas de baixa como registrou a valorização mais forte desde a semana finda em 19 de maio (4,25%). Essa semana, aliás, ficou marcada pela delação da JBS contra o presidente Michel Temer, que provocou uma avalanche nos mercados domésticos, devido aos riscos de não aprovação de reformas econômicas.
Nesta sexta-feira, o real ficou bem atrás de seus pares emergentes, que de forma geral ganharam terreno frente ao dólar. Na semana, a moeda brasileira teve o pior desempenho global. A incerteza embutida pelo mercado no câmbio diz respeito ainda a questões fiscais.
Após o adiamento do anúncio das novas metas fiscais para 2017 e 2018 - que poderia ter ocorrido ontem -, o mercado se volta para a semana que vem à espera da publicação das novas estimativas. Os ministérios da Fazenda e do Planejamento confirmaram possibilidade de algum anúncio na segunda-feira.
Além da falta de clareza sobre as metas em si, o mercado tem se visto incomodado com a incerteza sobre que medidas poderiam ser anunciadas para contrabalançar a piora das metas de déficit primário. Entre as opções estão adiamento de reajuste de salários de servidores em 2018 e imposição de limite em R$ 5 mil para salário de profissionais que ingressam no setor público.
De qualquer forma, o ajuste de baixa no dólar em todo o mundo levou mais uma instituição a revisar para baixo seus prognósticos para a moeda no Brasil. Estrategistas do Morgan Stanley esperam agora que a divisa brasileira feche 2017 a 3,05 por dólar (3,30 no cenário anterior) e encerre 2018 valendo 3,30 por dólar (3,55 antes). Os profissionais citam a "surpresa" com a reação "muda" do mercado aos escândalos políticos e à capacidade de o governo Temer aprovar reformas com uma popularidade "tão baixa".
"Com juros reais ainda elevados, posicionamento leve do lado da conta corrente e uma forte balança externa, vemos limitado espaço de baixa para o real", dizem os estrategistas em nota a clientes.
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