BC: Economia brasileira cresce 0,5% em junho e 0,25% no 2º trimestre
Apesar da trajetória errática, a economia brasileira marcou mais um trimestre de recuperação. Com uma alta ajustada sazonalmente de 0,5% no mês de junho, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) fechou o segundo trimestre com avanço de 0,25% em comparação com os três primeiros meses do ano, quando já tinha crescido 1,22%. Os dados de maio foram revisados de queda de 0,51% para baixa de 0,37%, na série com ajuste sazonal.
Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o indicador aponta queda de 0,22%, na série sem ajuste. No ano, a variação é negativa em 0,11% (alta de 0,06% com ajuste). Nos 12 meses encerrados em junho, a retração ainda é de 2,03% na série sem ajuste (baixa de 1,82% no dado ajustado). Devido às revisões constantes do indicador, o IBC-Br medido em 12 meses é mais estável do que a medição mensal, assim como o próprio Produto Interno Bruto (PIB). Em comparação com junho de 2016, o índice tem baixa de 0,56% na série sem ajuste (alta de 0,66% com ajuste).
Os dados se mostram condizentes com a avaliação do próprio BC de que a economia já se estabilizou depois de dois anos de contração e inicia um processo de retomada gradual.
O resultado do mês, no entanto, ficou abaixo da média das previsões feitas pelas 21 instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que sugeria alta de 0,76%. As previsões variavam entre alta de 0,2% a 1,4%. Para o trimestre, a estimativa das 17 instituições consultadas era de avanço de 0,25%, exatamente o número observado.
O comportamento do indicador no mês de junho foi influenciado pela estabilidade da produção industrial, aumento de 1,2% do varejo e alta de 1,3% do volume de serviços.
Para 2017, o mercado trabalha com um crescimento de 0,34% do Produto Interno Bruto (PIB), o BC estima crescimento de 0,5%, mesmo percentual do Ministério da Fazenda.
Na média móvel trimestral, indicador utilizado para captar tendência, o IBC-Br, sem ajuste, cai 1,72%, após três meses de variação positiva. Com ajuste, há alta de 0,10% em junho, após queda de 0,22% e maio.
Embora seja anunciado como "PIB do BC", o IBC-Br tem metodologia de cálculo distinta das contas nacionais calculadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
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