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Dívida bruta alcança 73,8% do PIB em julho

30/08/2017 12h41

A dívida bruta dos governos no Brasil avançou de R$ 4,674 trilhões em junho para R$ 4,722 trilhões em julho. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), subiu de 73,1% para 73,8%, novo recorde na série iniciada em 2006. A previsão do Banco Central (BC) era de alta para 73,9%. Para 2017, a projeção é de avanço para 77,5%.


Entre os fatores condicionantes, destaca-se as emissões de dívida e pagamento de juros que contribuíram com 0,7 ponto percentual. Já o desempenho positivo do PIB tirou 0,1 ponto percentual da dívida/PIB.


Em julho, as operações compromissadas da autoridade monetária para regular a liquidez do sistema financeiro contribuíram para a elevação da dívida, já que foram colocados títulos no mercado. Como proporção do PIB, o saldo dessas operações saiu de 17,2% para 18,4%. Em valores nominais, elas passaram de R$ 1,1 trilhão para R$ 1,178 trilhão.


Segundo o BC, a dívida líquida do setor público não financeiro subiu de R$ 3,113 trilhões ou 48,7% do PIB em junho para R$ 3,206 trilhões ou 50,1% do PIB em julho. Essa é a maior relação dívida PIB da série histórica iniciada em 2006. A previsão do BC era de alta para 50%. A dívida fechou 2016 em 46,2%. Para o ano, a instituição estima dívida líquida de 52,7% do PIB.


De acordo com o Banco Central, a dívida sobe 3,9 pontos percentuais no ano, sendo que a incorporação de juros soma 3,7 pontos, o déficit primário acrescenta 0,8 ponto, o reconhecimento de dívida soma 0,1 ponto, a desvalorização cambial retira 0,6 ponto, o crescimento do PIB tira um ponto e o ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa tira 0,2 ponto.


O dado leva em conta União, Estados, municípios e empresas estatais, com exceção daquelas dos grupos Petrobras e Eletrobras. Os bancos estatais também não entram na conta da dívida pública líquida, pois as estatísticas se referem ao setor público não financeiro.


O BC estima dívida líquida de 50,8% do PIB em agosto, segundo o chefe-adjunto do Departamento Econômico da instituição, Fernando Rocha. Para a dívida bruta, a previsão é de 74,3% em comparação com 73,8% do mês passado, patamar já recorde. A taxa de câmbio considerada para as estimativas foi de R$ 3,16.


Juro


O custo de carregamento da dívida líquida do setor público (DLSP) caiu marginalmente de 16,9% em junho para 16,1% em julho, quando medido em 12 meses. Olhando apenas a dívida do governo Federal e Banco Central, que está dentro da DLSP, o custo foi de 19,3%, contra 19,9% em junho.


A taxa implícita capta uma média das taxas de juros incidentes sobre os ativos e os passivos da DLSP. A dívida mobiliária, por exemplo, tem diferentes indexadores, como a taxa Selic e os índices de preços.


Outro fator que influencia a taxa implícita é o custo das operações de swap cambial, que o BC fez para dar proteção e conter a volatilidade do mercado. Em julho, o BC teve um ganho de R$ 5,072 bilhões com essas operações, em comparação com uma perda de R$ 1,777 bilhão em julho de 2016.


De acordo Rocha, apesar do aumento da conta de swaps cambiais, a queda da Selic e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) explicam um avanço menor do gasto com juros no acumulado entre janeiro e julho deste ano em comparação com igual período anterior.


O gasto com juro até julho era de R$ 235,066 bilhões, contra R$ 213,9 bilhões um ano antes. A conta de swaps piorou para R$ 58,6 bilhões, mas o gasto com juro subiu somente cerca de R$ 20 bilhões. É essa diferença que é explicada pela Selic e inflação menores.


Uma queda de 1 ponto na Selic, por 12 meses, reduz a dívida líquida em R$ 25,8 bilhões. E uma queda de 1 ponto da inflação reduz a dívida em R$ 9,4 bilhão, desde que mantida por 12 meses.