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Ibovespa sobe 1,75% aos 73.412 pontos e quase supera recorde histórico

06/09/2017 17h32

A perspectiva mais otimista para o crescimento da economia e a trajetória de redução dos juros fez com que o Ibovespa quase rompesse o recorde histórico dos 73.516 pontos, que foi alcançado em 20 de maio de 2008. O índice subiu 1,75% e fechou em 73.412 pontos. Durante o dia, o Ibovespa chegou a atingir o patamar máximo de 73.608 pontos, o mais alto desde 29 de maio de 2008, quando a cotação intradia ficou em 73.920 pontos. De acordo com operadores, houve um fluxo expressivo de recursos estrangeiros para o mercado de ações, o que também favoreceu o Ibovespa. O giro financeiro ficou em R$ 8,6 bilhões, acima da média diária do ano, que é de R$ 6 bilhões.


Nos últimos dias, uma série de notícias positivas tem permitido que a bolsa de valores engate uma trajetória de alta. A aprovação da TLP (Taxa de Longo Prazo), que vai definir os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) a partir do ano que vem, a retomada do processo de privatizações e o compromisso com o ajuste fiscal são fatores que animam os investidores. Estrategistas consideram que o Ibovespa pode seguir facilmente até os 75 mil pontos e, a partir daí, pode encontrar resistência para galgar novas altas devido à proximidade das eleições presidenciais.


Diante do cenário mais positivo, o Bank of America Merrill Lynch (BofA) revisou a perspectiva para o Ibovespa no fim deste ano de 71 mil pontos para 75 mil pontos. Em relatório distribuído hoje a clientes, os analistas Felipe Hirai e Nicole Inui citam que as estimativas para expansão do Produto Interno Bruto (PIB) têm se tornado mais otimistas. O BofA espera agora que o crescimento da atividade em 2018 seja 3%, ante 1,5% previstos anteriormente; para 2017, a estimativa é de expansão de 0,6%, ante 0,25%. "O crescimento econômico melhor confirma um ambiente de maiores lucros no Brasil e dá suporte para as expectativas de expansão em 2018 para alguns setores domésticos cíclicos, como varejo e bens de capital", escreveram os analistas.


Ainda segundo o relatório, o crescimento do PIB no segundo trimestre surpreendeu de maneira favorável, com consumo positivo, em especial influenciado pela liberação dos saques de contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "No entanto, outros indicadores, como o crescimento do crédito ao consumidor e níveis de confiança estão também mais altos", escreveram os analistas. "Os investimentos, por outro lado, continuam fracos com o declínio acelerado no segundo trimestre e crescimento do crédito corporativo ainda negativo", escreveram.


O Bradesco BBI também reviu a projeção para o Ibovespa para o final deste ano. O índice passou dos 73 mil para os 78 mil pontos. O banco traçou dois cenários para o período pós-eleição presidencial. No primeiro, há chance de 80% de probabilidade de continuidade do ajuste fiscal. No segundo, a probabilidade cai para 20%. "Considerando os dois cenários, nossa expectativa é de que o Ibovespa chegue aos 78 mil pontos no final deste ano", escreveu André Carvalho, estrategista do Bradesco BBI.


Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, os destaques de alta ficaram com as ações do sistema financeiro e de commodities. As ações do Banco do Brasil subiram 2,38% e os papéis do Itaú Unibanco ganharam 2,68%. Os papéis ON da Vale ganharam 0,56%, as ações ON da Petrobras subiram 4,38% e os papéis PN tiveram alta de 4,23% e registram o maior volume financeiro do Ibovespa, de R$ 999,85 milhões. As ações da Petrobras foram favorecidas pela alta do petróleo no mercado internacional e também à informação de que a companhia também iniciou o processo de venda da sua fatia de 90% na transportadora TAG.


Na ponta oposta, a maior queda do dia ficou com os papéis da Rumo Logística, com baixa de 3,85%. A empresa irá propor em assembleia geral extraordinária um aumento de capital autorizado em até R$ 3 bilhões, visando uma emissão de ações.