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Expectativa para taxa Selic apoia queda em DIs

18/09/2017 17h34

O comportamento das taxas reflete a percepção no mercado de que há condições para precificar uma taxa Selic ainda mais baixa. O movimento é justificado pelo ambiente benigno de inflação e uma cena política menos conturbada, além dos sinais de retomada do crescimento econômico.


No Boletim Focus, as projeções para o IPCA em 2017 caíram de 3,14% para 3,08% e recuaram de 4,15% para 4,12 em referência ao ano seguinte. "Como foi mais uma semana de redução da estimativa do IPCA, há respaldo do movimento de queda na curva de juros", diz o trader de renda fixa Matheus Gallina, da Quantitas.


Nos preços de mercado, há sinais de redução do prêmio embutido no horizonte do atual ciclo de afrouxamento monetário. A diferença entre o DI janeiro de 2019 e o DI janeiro de 2018, por exemplo, marca -0,115 ponto percentual, ante -0,095 ponto no fim da tarde de sexta-feira (15). Se mantido até o fechamento, este será o valor mais baixo desde 8 de agosto quando registrava queda de 0,13 ponto.


Os analistas consultados no Boletim Focus mantiveram a projeção da Selic em 7% para este ano e cortaram a estimativa para 2018, de 7,25% para 7%. Já o grupo Top 5 manteve em 7% a projeção da Selic para este ano, mas subiu para 7,25% a estimativa para 2018.


Na próxima quinta-feira (21), o BC divulga o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), com projeções de inflação até o final de 2020 e o IBGE informa o IPCA-15 de setembro. A expectativa no Bradesco é de variação de 0,16% no IPCA-15 de setembro.


"Embora no curtíssimo prazo a inflação siga favorável, é importante entender se para 2019 e 2020 a inflação também segue ancorada", apontam os especialistas da Guide Investimentos.


O diretor de Política Econômica da autarquia, Carlos Viana, afirmou a economistas que o documento trará projeções para o IPCA até 2020. No último documento, de junho, o colegiado do BC apresentou estimativas do mercado contidas no Focus para o IPCA até 2020. Mas os prognósticos do próprio Comitê de Política Monetária (Copom) iam apenas até o período de quatro trimestres encerrado no segundo trimestre de 2019.


Por ora, o mercado avalia que o foco do Banco Central para a condução da política monetária reside, em boa parte, nas estimativas para o ano de 2018.


O economista Silvio Campos Neto, economista na Tendências, aponta que se as projeções estiverem perto da meta, o BC pode sancionar a percepção no mercado de que a taxa deve cair para níveis mais próximos de 7%. A leitura é de que o BC deve deixar a Selic um pouco abaixo do juro neutro antes ajustá-lo para cima em 2019 e voltar a nível mais condizente.


Um aperto monetário já em 2018, diz o economista, seria sinalizado no caso de um estimativa inflacionária bem acima da meta em 2019. O alvo é de 4,25% em 2019 e de 4,00% em 2020. "Se tiver um descolamento para cima, talvez para 4,6% ou 4,7% na projeção de 2019, pode abrir espaço para apostas de aumento no ano que vem", diz. Mas o mais provável é que a projeção fique em 4,3% e 4,4%, "sem discrepância grande". Com isso, o mercado pode apostar na recomposição só em 2019.


No fim do dia, às 17h33, o DI janeiro/2018 caía a 7,585% (7,605% no ajuste anterior) e o DI janeiro/2019 recuava a 7,460% (7,520% no ajuste anterior).


O DI janeiro/2021 marcava 8,940% (8,970% no ajuste anterior).