Ibovespa sobe ante otimismo com economia e dólar passa de R$ 3,12
A aproximação do resultado do vencimento de opções sobre ações hoje tem potencial para trazer certa volatilidade para o Ibovespa e limitar ganhos, mas, na opinião de analistas, o índice continua demonstrando força pelo otimismo com a retomada econômica e com a menor percepção de risco político.
Às 13h21, o Ibovespa tinha alta de 0,18%, aos 75.889 pontos, após atingir na máxima intradia os 76.404 pontos, renovando o patamar histórico.
Segundo Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos, boa parte do movimento de vencimento de opções sobre ações foi antecipado na sexta-feira e, por isso, alguns ativos mais específicos devem concentrar as disputas hoje ? caso de Petrobras e Vale.
Em um contexto ainda favorável para o índice, alguns ativos seguem em destaque, caso das siderúrgicas Usiminas PNA (+4,15%), Gerdau PN (+1,15%), Metalúrgica Gerdau (+1,54%) e CSN (+1,75%).
Na ponta negativa, a JBS ON cedia 3,84%, com os investidores ainda operando com cautela e ajustando posições, em meio às mudanças no comando da companhia.
Os investidores levam em conta ainda dados do Boletim Focus de hoje, que reforçam a tendência de queda para juros e inflação e maior crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ambiente propício ao aumento de fluxo para a bolsa.
Câmbio
Depois de uma abertura em queda, o dólar acabou ganhando terreno em relação ao real, numa reação alinhada ao exterior. Segundo profissionais, as moedas emergentes são afetadas por uma certa cautela em relação à reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano), na quarta-feira, que pode provocar ajustes no comportamento da moeda americana.
Às 13h26, o dólar subia 0,48% para R$ 3,1285. Na mínima, logo no início do dia, a cotação foi para R$ 3,1089 e, na máxima, alcançou R$ 3,1319.
A despeito do ajuste de hoje, especialistas veem ainda um ambiente favorável para o real. O clima favorável para a bolsa e os esforços para venda de ativos têm potencial de gerar fluxo de recursos externos, expectativa que já tem influenciado a cotação.
Hoje, foi uma boa notícia o anúncio da Petrobras de que fará uma captação de até US$ 1 bilhão, distribuídos entre papéis com vencimento em 2025 e 2028. Ainda que não seja claro quanto desses recursos podem ingressar no país, a operação confirma as condições favoráveis para esse tipo de captação e, portanto, reforça a perspectiva positiva para o fluxo externo.
Juros
Os juros futuros operaram em leve queda durante toda a manhã, ainda refletindo o ambiente positivo de inflação em queda, ritmo de crescimento levemente mais acelerado do que se esperava e expectativa de que o quadro político não interrompa o esforço do governo pelas reformas. O volume de negócios, entretanto, é bastante reduzido, como é típico às segundas-feiras.
Às 13h27, o DI janeiro/2021, que reflete mais diretamente a percepção de risco do investidor, era negociado a 8,950%, ante 8,970% na sexta-feira passada. Já o DI janeiro/2019, que está mais relacionado às expectativas para a política monetária, estava a 7,480%, ante 7,52%.
Hoje, a pesquisa Focus mostrou esse quadro mais positivo desenhado pelos analistas. A projeção para a Selic no fim de 2017 e de 2018 alcançou 7%, enquanto as projeções para o aumento do IPCA voltam a ceder: para 2017, de 3,14% para 3,08% e, para 2018, de 4,15% para 4,12%. A expectativa para o desempenho do PIB em 2018 saiu de 2,10% para 2,20% de crescimento.
Nesta semana, dois eventos esperados pelo mercado são a divulgação do Relatório de Inflação e o IPCA-15 de agosto. Tanto o indicador de inflação corrente quanto as projeções que o Banco Central (BC) vai apresentar no documento têm potencial para influenciar as apostas para o rumo dos juros e, possivelmente, levar o mercado a reforçar as fichas num corte ainda mais acentuado da Selic, abaixo dos 7%.
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