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Azul encomenda cinco Airbus A330-900 para voos internacionais

21/09/2017 14h32

A Azul informou a encomenda de cinco aeronaves da Airbus modelos A330-900neo, que serão entregues pela Avolon, empresa especializada em leasing de aeronaves.


Os novos modelos integrarão a frota da companhia a partir do último trimestre de 2018 e serão utilizados para o fortalecimento da malha internacional para os Estados Unidos e Europa, "assim como permitirá à empresa explorar possíveis novos destinos".


O novo modelo contará com 298 assentos, 27 a mais do que os atuais A330 da companhia.O avião faz parte da mais nova geração de "widebody" da fabricante europeia.


Em comunicado, a empresa afirma que os novos aviões terão papel fundamental na ampliação dos voos e destinos internacionais, além de ajudar as operações a ficarem "ainda mais eficientes, já que serão equipadas com motores que consomem menos combustível que os atuais modelos".


A nova encomenda tem um valor de US$ 1,5 bilhão a preço de tabela - embora seja comum haver descontos nesse tipo de operação.


Com a chegada das novas aeronaves, a Azul será a única companhia da América do Sul e uma das primeiras do mundo a operar o novo modelo, que contará com 298 assentos. Ao todo, serão 34 assentos na Business, 108 na Economy Extra e 156 na Economy. Ainda, o A330-900neo é o mais eficiente da categoria, pois está projetado para consumir até 14% menos combustível por assento do que o atual modelo.


Os modelos A330-800neo e A330-900neo são os dois novos membros da família Airbus widebody, lançados em julho de 2014, com as primeiras entregas programadas para terceiro trimestre de 2018.


Com uma frota de 123 aeronaves e mais de 10 mil funcionários, a companhia tem uma rede de 202 voos sem escalas.


Otimismo


O presidente da Azul, John Rodgerson, disse que o ambiente macroeconômico no Brasil sustenta uma postura mais otimista para a aviação neste restante de ano e também para 2018.


Segundo ele, independentemente de incertezas provocadas pela política, há variáveis macroeconômicas positivas. "Vejam que o câmbio não mexeu mesmo com toda essas notícias recentes [da polícia]. Os juros estavam acima de 14% e caíram pela metade. E a inflação é a mais baixa em anos", citou Rodgerson, em conversa com jornalistas em São Paulo.


Segundo ele, esses indicadores vão sustentar a manutenção da demanda no transporte aéreo doméstico de passageiros este ano.


"Com mais confiança, as empresas vão viajar mais. Quem tinha medo de perder o emprego e não viajava, agora está mais confiante", disse o presidente da Azul. "Vamos crescer em 2018."


SegundoRodgerson,a expansão da malha da companhia aérea terá novas rotas ligando cidades do Norte e Nordeste do Brasil aos Estados Unidos. "Sempre que abrimos uma nova rota, especialmente no Norte e Nordeste, por exemplo, criamos nova demanda. Não estamos roubando clientes de Latam ou Gol. Estamos criando novos mercados", disse.


A empresa pretende ampliar as conexões a partir de cidades, como Recife (PE), Cuiabá (MS), Goiânia (GO) e Belém (PA). "Atendemos 21 destinos de Recife. Isso é mais que tínhamos em Campinas, quando houve a fusão com a Trip (2011)", disse Rodgerson.


Essa malha crescente é alimentada pela entrada de aviões Airbus A320, em lugar dos Embraer 190, que ampliam em 60 assentos os lugares disponíveis em mesmas rotas.


Enquanto as aeronaves maiores atendem as rotas de maior densidade, entre as capitais mais demandadas, as aeronaves estão passando a atender locais domésticos no interior.


A Azul vai terminar 2017 com 12 aviões do modelo A320, ante 4 em 2016. Em 2018, serão 20 aviões da Airbus.


Essa estratégia permite o crescimento da companhia sem sacrificar margens operacionais.


O presidente da Azul disse que a empresa vai manter a clientela para a Embraer. A companhia tem 90 aviões da Embraer e mais 35 modelos encomendados que começam a chegar em 2019. "A Embraer faz parte da história da Azul. Não há como cogitar ter um avião da Bombardier em nossa frota", disse o executivo, sobre a principal concorrente da companhia aeronáutica brasileira no segmento de aeronaves de 70 a 130 assentos.


Segundo a Anac, a Azul alcançou participação de 17,4% no mês de agosto, e a terceira maior no mercado brasileiro. Conforme dados da agência reguladora, a demanda doméstica de passageiros medida por quilômetros pagos transportados (RPK) registrou crescimento de 5,4% em agosto, comparada com o mesmo mês de 2016. O número representa a sexta alta consecutiva do indicador.


A oferta de assentos quilômetros ofertados (RPK) apresentou alta de 3,5% em agosto, em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos oito primeiros meses de 2017, a demanda cresceu 1,7% e a oferta, 0,6%, também no comparativo anual.