IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ibovespa não sustenta recuperação e fecha em queda

26/09/2017 17h59

A recuperação de ações do setor de siderurgia e da Vale ajudaram a bolsa a retomar, nesta terça-feira (26), um movimento positivo durante o dia, mas foi insuficiente para sustentar os ganhos do índice até o fechamento.


No leilão de ajuste do pregão, o Ibovespa inverteu o sentido e encerrou em queda de 0,17%, aos 74.319 pontos, depois de atingir a máxima intradia de 74.971 pontos, tentando retomar os 75 mil pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,35 bilhões.


Embora tenha demonstrado ao longo do dia uma maior força compradora, com forte giro financeiro na primeira metade das negociações, o índice começou a oscilar próximo do zero a zero, demonstrando que os investidores ainda encontram espaço para ajustar posições. Segundo operadores, depois de atingir níveis históricos e sem grandes catalisadores, o mercado segue buscando oportunidade para realização de lucros, cada vez mais focado nos eventos políticos do Brasil daqui para frente.


Altas


Na ponta positiva, o maior volume negociado hoje foi da Vale ON (+1,32%, a R$ 31,50), em dia de minério de ferro em alta de 3% na China e recuperação de quedas mais intensas recentemente. Entre as siderúrgicas, movimento semelhante acontece com Usiminas PNA (1,58%, a R$ 8,36), Gerdau PN (+1,28%, a R$ 11,11) e Gerdau Metalúrgica (+1,15%, a R$ 5,30).


Quedas


Entre os destaques negativos, as maiores quedas, nesta terça, ficaram a cargo das empresas do setor de celulose e papel, com Fibria (-2,99%, a R$ 38,90), Suzano (-3,05%, a R$ 17,80) e Klabin (-3,50%, a R$ 18,46).


"Um movimento de correção já era esperado e inclusive acreditamos que ele seria até mais forte", afirma Carlos Soares, analista da Magliano Corretora. "O viés para a bolsa ainda segue de alta, atingindo os 85 mil pontos nos próximos 12 meses, mas não descartamos essas correções mais fortes no curto prazo depois do rali das últimas semanas."


Analistas ainda ponderam que o mercado deve se voltar cada vez mais para os desdobramentos na frente política, em especial diante das sinalizações de que a reforma da Previdência pode estar ameaçada. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, chegou a afirmar que o governo não tem votos suficientes para aprovar a medida no momento. De outro lado, hoje, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reiterou que a reforma deve ser votada entre o fim de outubro e início de novembro "no máximo".


Para Christian Laubenheimer, gestor da Platinum Investimento, parte do volume ainda é mais forte nas ações de alta do que de baixa, indicando que a tendência do mercado ainda é compradora. No entanto, novos movimentos pontuais de queda no mercado de ações não estão descartados.


"A não aprovação da reforma neste ano não está no preço dos ativos", diz. "Os investidores não querem ficar fora da bolsa, mas não querem comprar em níveis tão altos."